Cientistas protestam nos EUA contra os cortes de Trump

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Cientistas se manifestaram nesta sexta-feira (7) em cidades de todo os Estados Unidos para denunciar as medidas da administração do presidente Donald Trump para cortar pessoal chave em múltiplas agências e frear a pesquisa em áreas críticas como saúde ou meio ambiente.

Desde que o republicano voltou à Casa Branca em janeiro, ele reduziu os fundos federais para atividades científicas, retirou o país da Organização Mundial da Saúde e do Acordo de Paris, além de tentar demitir centenas de pesquisadores de saúde e clima.

Em resposta, acadêmicos, estudantes, médicos, engenheiros e políticos saíram às ruas em Nova York, Washington, Boston, Chicago ou Wisconsin para expressar seu descontentamento com o que consideram um ataque sem precedentes contra a ciência.

"Nunca estive tão furioso", disse à AFP Jesse Heitner, pesquisador do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, que se juntou a mais de mil pessoas que se manifestaram na capital americana.

Ele se sentiu especialmente indignado com a nomeação do conhecido cético das vacinas Robert F. Kennedy Jr. como secretário de Saúde. "Estão colocando fogo em tudo", afirmou no Lincoln Memorial em Washington.

Alguns dos cartazes no protesto de Washington diziam "Financiemos a ciência, não os bilionários" ou "Os Estados Unidos foram construídos sobre a ciência".

"O que está acontecendo agora não tem precedentes", disse Grover, um pesquisador universitário vestido com jaleco branco de laboratório e com cerca de 50 anos que não quis dar mais dados pessoais por motivos profissionais.

Muitos pesquisadores manifestaram à AFP seus temores sobre o futuro de suas bolsas e outros financiamentos.

A suspensão de algumas dessas ajudas de estudo já levou algumas universidades a reduzir o número de alunos aceitos em programas de doutorado ou postos de pesquisa.

Chelsea Gray, cientista ambiental de 34 anos que trabalha na conservação de tubarões, sonhava em trabalhar na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, uma das agências federais especialmente ameaçadas por suas pesquisas sobre o clima.

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Em vez disso, ela iniciou os trâmites para obter um passaporte irlandês. "Fiz tudo certo e me preparei para o sucesso, e vi toda a minha carreira desmoronar diante dos meus olhos", lamentou.

Em seu segundo mandato, Trump empreendeu uma cruzada drástica para cortar gastos, incluindo a cooperação internacional, ao mesmo tempo que promete reduzir o quadro de funcionários públicos, tarefa que confiou ao bilionário e agora leal assessor Elon Musk.

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