Europa quer banir fibra de carbono dos carros de passeio

há 2 dias 4

Desde os anos 1990, era comum fabricantes de automóveis esportivos utilizarem a fibra de carbono para manter seus veículos leves, porém resistentes. As marcas o adoram especialmente por ser um material leve, de alta durabilidade e ajuda na economia de peso.

Mas a União Europeia (UE), por outro lado, pensa diferente. Por lá, os parlamentares estão discutindo sobre quão perigoso o material pode ser para seus usuários. A emenda pretende deixar a fibra de carbono na mesma lista de proibições que já conta com chumbo, mercúrio e o cromo hexavalente, materiais que começaram a ser usados com moderação e cautela pelos fabricantes de carros e aeronaves.

Roda híbrida de fibra de carbono para os modelos Hyundai N

Roda de fibra de carbono Hyundai N

Por que a UE acha que a fibra de carbono é perigosa

A emenda foi adicionada sob revisão à Diretiva de Veículos em Fim de Vida Útil da UE - o braço do governo diretamente responsável pela reciclagem de veículos descartados. A UE acredita que os filamentos da fibra de carbono podem ser transportados pelo ar e serem prejudiciais se entrarem em contato com a pele humana. Essa é a primeira vez no mundo que uma entidade governamental considera a fibra de carbono um material perigoso.

Se o Parlamento Europeu adotar oficialmente a emenda, ela entrará em vigor na Europa até o fim da década. As empresas teriam que reduzir gradualmente o uso de fibra de carbono em sua fabricação, o que provocaria uma grande dança das cadeiras no meio automotivo. Somente a fabricação de automóveis é responsável por até 20% de todo o uso de fibra de carbono no mundo.

Carro de corrida Shelby Cobra em fibra de carbono

Foto de: Classic Creations

Carro de corrida Shelby Cobra em fibra de carbono

Reação do mercado e como fabricantes serão afetados

De acordo com o jornal japonês Nikkei, as ações dos fabricantes de fibra de carbono do Japão caíram drasticamente após o anúncio da UE. As marcas asiáticas seriam as mais afetadas pela proibição da fibra de carbono, sendo que a Teijin, a Toray Industries e a Mitsubishi Chemical respondem por 54% de todo o mercado de fabricação do material no mundo. A Europa é responsável pela grande maioria de todos os outros tipos de fabricação de fibra de carbono.

Os fabricantes de carros esportivos e supercarros seriam, sem dúvida, os mais atingidos pela proposta de proibição, mas alguns fabricantes de veículos elétricos também sofreriam. Fabricantes de veículos elétricos, como BMW, Hyundai, Lucid e Tesla, usam amplamente a fibra de carbono em suas construções.

BMW i3

BMW i3 foi um dos primeiros EV a utilizar fibra de carbono em grande escala, tendo sua carroceria em alumínio e plástico reforçado

Se serve como boa notícia, a cadeia de fibra de carbono gerou uma receita de US$ 5,5 bilhões em 2024, o que significa que a emenda enfrentará forte oposição dos setores automotivo e de aeronaves antes de se tornar lei.

Fonte: European Union via Nikkei Asia

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