Medidas fiscais, no entanto, não acalmaram o mercado. Antes do recesso de final de ano, o Congresso aprovou medidas que poderiam, em tese, controlar as especulações do mercado financeiro. Foram aprovadas a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o pacote de cortes de gastos, por exemplo, mas isso não foi o suficiente. O dólar permanece em alta sem perspectivas de atingir um valor abaixo dos R$ 6.
O valor do dólar está intimamente ligado às expectativas do mercado. Problemas econômicos ou instabilidades aumentam a percepção de risco, incentivando a fuga de capital para mercados mais seguros, elevando o dólar.
Mercado se diz preocupado com dívida pública. Um dos motivos da desconfiança do mercado com a política fiscal do governo é o "descontrole" da dívida pública do país. Para arrecadar mais dinheiro, o governo pode vender títulos públicos, mas posteriormente precisará pagá-los com juros. Isso eleva o valor da dívida pública e com os juros crescendo a dívida vai ficando cada vez maior.
A tentação é baixar juros para conter a dívida, mas isso vem com a inflação e com mais impacto negativo nas classes menor de renda.
Danilo Igliori, Economista-chefe da Nomad Global
Para o dólar baixar é preciso melhorar a confiança. O caso do comunicado do Ministério da Fazenda sobre o corte do orçamento comparado ao comunicado do BC na última reunião do Copom, conforme explicou Igliori, é preciso melhorar a comunicação para que os investidores se sintam seguros para investir ainda mais no país e, assim, ir derrubando, aos poucos o valor do câmbio.
Então, o que fazer agora?
É preciso focar nos objetivos. A compra ou venda de dólar deve estar alinhada ao objetivo que cada pessoa tem. Por exemplo: se seu objetivo é fazer uma viagem internacional no curto prazo, o ideal, segundo os economistas ouvidos pela reportagem, é distribuir a compra e até a venda de dólar ao longo do tempo até que você consiga o valor desejado.