Valorização atinge também preço da gasolina. Sem capacidade de refino suficiente para atender a demanda interna por combustíveis, o Brasil precisa importar quase toda a gasolina consumida em território nacional. Com a alta do dólar, há impacto no bolso dos motoristas.
Viagens ao exterior exigem desembolsos maiores. Com a necessidade de arcar com mais reais para comprar um dólar, o orçamento inicial para a realização do roteiro dos sonhos pode ser comprometido.
Impacto para a economia
Oferta interna de bens recua. Com o real desvalorizado, produtores optam por exportar suas produções para lucrarem em dólar, que vale mais. O mesmo acontece com os investimentos. "A dinâmica de ajuste vai demorar de seis meses a um ano, se a gente continuar tendo essa desvalorização e se esse movimento não for corrigido", prevê Ferrari.
Eventualmente a gente tem uma desvalorização, uma depreciação agora, e com o passar do tempo, a depreciação às vezes a curto prazo é mais exagerada do que ela vai ser a médio e a longo prazo.
Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ
Margem de lucro das empresas diminui. Com preços mais caros, o custo de produção também é elevado, reduzindo as margens de lucro. Isso pode levar ao aumento do preço final para os consumidores. Além disso, com alta nos preços, a indústria também corre o risco de ter que lidar com a formação de estoques indesejados de produtos por conta da falta de demanda.