O cineasta David Lynch, morto aos 78 anos por causa de um enfisema pulmonar, foi praticante da meditação transcendental, uma técnica de relaxamento para o corpo e a mente.
Ele até financiou um curso sobre o tema para um grupo de policiais brasileiros, em 2015. Participaram das aulas funcionários do Bope, o Batalhão de Operações Policiais Especiais, e do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O objetivo era reduzir o estresse causado pelo cotidiano da profissão.
O dinheiro foi enviado pela David Lynch Foundation, organização mantida pelo cineasta, que ficou famoso por filmes como "Veludo Azul", lançado em 1986, e "Cidade dos Sonhos", que chegou aos cinemas em 2001.
Em entrevista à Folha na ocasião, Lynch afirmou que a meditação "não é religião, não é culto, é uma técnica que permite que você chegue até a felicidade infinita, a inteligência infinita, a criatividade infinita, o amor infinito".
O diretor visitou o país para divulgar o livro "Em Águas Profundas - Criatividade e Meditação", em que conta como transforma suas ideias em filmes. O cinema é um mundo de ideias, ele disse a este jornal. "Tudo começa com uma ideia. Quando você tem uma e se apaixona por ela, deve segui-la."
As aulas de meditação transcendental aos policiais brasileiros foram ministradas por Klebér Tani, que era diretor da Sociedade Internacional de Meditação Transcendental no Rio de Janeiro e estava acostumado a ensinar a técnica para celebridades. "A meditação transcendental consiste em um mergulho na fonte dos pensamentos e um encontro com a paz interior", afirmou ele.
A disseminação da técnica é creditada ao indiano Maharishi Mahesh Yogi, que nasceu em 1918 e morreu em 2008, que nas décadas de 1960 e 1970 recebeu apoio de celebridades como os músicos dos Beatles e da atriz Mia Farrow.