'Czar da energia' de Trump diz que sem combustíveis fósseis EUA perderão corrida da IA para China

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Doug Burgum, escolha de Donald Trump para o Departamento do Interior, alertou em sabatina no Senado dos EUA nesta quinta-feira (16) que o país perderá a "corrida armamentista de IA" para a China, a menos que aumente a geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis e estabilize sua rede elétrica.

O empresário bilionário e ex-governador de Dakota do Norte disse aos senadores que o país enfrenta uma "crise de eletricidade" devido a fraquezas na rede e "obstáculos" que impedem as empresas de construir usinas de combustíveis fósseis que possam fornecer energia ininterrupta.

Ele acrescentou que o governo Trump alocaria mais terras públicas para perfuração de petróleo e cortaria incentivos fiscais que favorecem empresas de energias renováveis que produzem energia "intermitente e não confiável".

"O sol nem sempre brilha e o vento nem sempre sopra", disse Burgum na sabatina, acrescentando que o equilíbrio estava "fora de controle".

A demanda por eletricidade está crescendo a taxas sem precedentes nos EUA, impulsionada pela crescente demanda de centros de dados para processamento de inteligência artificial —que o Departamento de Energia prevê que triplicará nos próximos três anos.

"Sem carga de base, vamos perder a corrida armamentista de IA para a China, e se perdermos a corrida armamentista de IA para a China, isso terá impactos diretos na nossa segurança nacional", disse Burgum.

"Atualmente, criamos um cenário em que estamos criando obstáculos para pessoas que querem fazer carga de base [eletricidade], e temos enormes incentivos fiscais para pessoas que querem fazer intermitente e não confiável."

Burgum, que apoiou Trump após encerrar sua própria candidatura presidencial em 2024, também é cotado para liderar o Conselho Nacional de Energia. Se confirmado como "czar da energia" de Trump, ele terá amplos poderes para implementar a visão do presidente eleito de "perfurar, perfurar, perfurar".

Na terça-feira (14), o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva para abrir terras federais para infraestrutura de IA com a condição de que a energia fosse proveniente de fontes de eletricidade limpa —parte do esforço do líder democrata para reduzir emissões e combater as mudanças climáticas.

Burgum disse que novas tecnologias, como o armazenamento de captura de carbono, poderiam eliminar as emissões produzidas por combustíveis fósseis —embora existam dúvidas sobre a viabilidade comercial e técnica da tecnologia.

O ex-governador acrescentou que restringir a produção de combustíveis fósseis nos EUA não traria nenhum benefício ambiental, pois governos menos escrupulosos preencheriam a lacuna de oferta.

"Os Estados Unidos produzem energia de forma mais limpa, inteligente e segura do que em qualquer outro lugar do mundo", disse ele. "Quando a produção de energia é restringida na América, isso não reduz a demanda, apenas transfere a produção para países como Rússia, Venezuela e Irã —cujos líderes autocráticos não se importam com o meio ambiente."

Os EUA já estão prontos para um boom em usinas de energia a gás natural para aumentar a carga de base, com até 80 instalações esperadas para entrar em operação até 2030, de acordo com a Enverus.

A lei climática de Biden, a Lei de Redução da Inflação, vinculou as vendas de arrendamento de petróleo e gás offshore a novos arrendamentos de energia eólica offshore. Quando questionado se protegeria projetos de energia eólica offshore em desenvolvimento, Burgum se recusou a comentar.

Trump prometeu acabar com os projetos de energia eólica offshore assim que assumisse.

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