Recentemente, o grupo Stellantis resolveu arrumar a casa e nomeou novos comandantes para algumas de suas marcas, buscando trazer novos ares após anos difíceis sob o comando do polêmico ex-CEO Carlos Tavares, que deixou a empresa em dezembro de 2024. Para resgatar a marca de picapes, escolheram Tim Kuniskis, que estava aposentado e tem a missão de tentar dar um fôlego a uma divisão de utilitários que, francamente, está em queda livre nos EUA.
Kuniskis já declarou que pretende focar em um modelo de volume, o que exige um utilitário menor que as picapes atuais da marca na América do Norte, cuja linha começa com a 1500. Em entrevista recente à Road & Track, o executivo afirmou: "Somos uma marca de picapes, mas não temos um modelo compacto ou médio. Meio contraditório, não?" Ele destacou o potencial de mercado, citando as vendas expressivas de Toyota Tacoma, Ford Maverick, Ranger e os modelos da GM.

Foto de: Motor1 Brasil
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A Ram já planejava uma picape média para a fábrica de Belvidere (Illinois), que deve iniciar a produção do modelo em 2027. A decisão vem após mudanças internas na Stellantis, incluindo o adiamento da Ram 1500 elétrica e a possível volta do motor V8 à linha.
E por que não a Rampage?
Desde 2023, vários países da América Latina já têm uma picape menor no portfólio da Stellantis, como a Rampage. No entanto, por ser baseada na plataforma Small Wide (SCCS) — a mesma utilizada pela Fiat Toro e pelas atuais gerações de Jeep Compass e Renegade —, seu ciclo de vida já está próximo do fim. Assim, investir em um modelo com prazo curto de mercado não faz sentido, mesmo que a necessidade de um veículo do tipo e as qualidades da Rampage esteja no mesmo nível de suas rivais.

Foto de: Mario Villaescusa / Motor1.com
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A nova picape, que será produzida nos EUA até o fim da década, deve ser um projeto exclusivo para o mercado norte-americano. Isso se deve às preferências locais, onde a capacidade de reboque é mais valorizada do que a de carga, ao contrário do que ocorre na América Latina. Além disso, o modelo pode adotar motores maiores, como V6, enquanto Brasil, Argentina e outros mercados regionais demonstram clara preferência por propulsores a diesel.