Criado em 2021 pela fusão entre Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e Peugeot Citroën (Grupo PSA), o grupo Stellantis sempre esteve envolvido em polêmicas. Seu único CEO desde a megafusão, Carlos Tavares, tomou decisões controversas — muitas delas sem consenso dentro do próprio conglomerado.
Entre as mais polêmicas, destacam-se o fim do lendário motor HEMI e a crise de identidade das marcas americanas, cada vez mais influenciadas pelo braço europeu.
O resultado? Tavares saiu repentinamente da Stellantis no fim de 2024, mesmo tendo contrato até 2026. Mas os últimos relatórios financeiros revelaram algo ainda mais impressionante: quanto ele faturou entre 2021 e 2024? Confira os números!
Em 2021, sua remuneração total foi de € 19.153.507 (R$ 116 mi). No ano seguinte, seu salário anual saltou para € 23.459.006 (R$ 142 mi). Seu ano mais lucrativo no comando do conglomerado automotivo foi 2023, quando ele ganhou incríveis € 36.494.025 (R$ 221 mi). O ano passado também não foi ruim, com os documentos oficiais mostrando uma suntuosa soma de € 23.085.718 (R$ 139 mi).
No total, Tavares embolsou exatos € 102.192.256—ou cerca de R$ 134 milhões na cotação atual. Mas calma, seu salário-base anual foi de "apenas" € 1.986.290 (R$ 12 mi) em 2021 e € 2 milhões (R$ 12.1 mi) nos três anos seguintes. O que fez a conta disparar foram incentivos de curto e longo prazo, benefícios pós-aposentadoria e bônus extras, porque, aparentemente, dirigir um conglomerado para uma crise também dá dinheiro.

Morte do motor HEMI, presente em Charger e picapes da RAM, foi decisão exclusivamente de Tavares
E não para por aí. O relatório de 2024 também revela um Acordo de Separação e Liberação, garantindo ao ex-CEO um pagamento adicional de € 2 milhões este ano, além de outros € 10 milhões (R$ 60 mi) por atingir um "segundo marco". Como se não bastasse, Tavares ainda receberá 800.000 ações da Stellantis em janeiro de 2026—mas, calma, esse presentinho já foi incluído na remuneração de 2024.
Enquanto isso, a Stellantis amarga uma queda de 70% no lucro líquido e uma queda de 17% na receita. As vendas caíram 12% por conta de “lacunas temporárias na oferta de produtos” (leia-se: planejamento duvidoso). 2025 também começou mal na Europa. Nos 27 países da União Europeia, além de Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça e Reino Unido, as vendas da Stellantis despencaram 16% em janeiro em comparação com o mesmo mês de 2024. Exceto pela Alfa Romeo, todas as outras marcas registraram queda.
Agora, resta saber quem terá a missão ingrata de suceder Tavares—e se conseguirá fazer a Stellantis parar de sangrar antes que os acionistas resolvam pedir um reembolso pelos bônus pagos ao ex-chefão.
VEJA EM NOSSO YOUTUBE
Fonte: Stellantis