Na semana passada, a BYD anunciou mudanças no complexo. Além do fim do vínculo com a Jinjiang e a contratação de uma construtora brasileira, a montadora criou um comitê de compliance, formado por representantes da montadora, advogados, especialistas em Direito do Trabalho, consultores de engenharia e uma terceira parte, teoricamente sem viés.
Outra medida foi mudança no refeitório dos funcionários chineses, que passaram a usar o mesmo local dos empregados brasileiros - imagens divulgadas em novembro pela Agência Pública mostravam os asiáticos se alimentando em baldes, em instalações mal iluminadas e sem limpeza.
O MPT baiano iniciou um processo de regularização junto à marca, com uma das exigências sendo o alojamento imediato dos 163 operários em um hotel na região metropolitana de Salvador. Lá houve um mutirão onde os imigrantes foram atendidos e receberam CPFs a fim de acessar as verbas trabalhistas e indenizatórias — devidas retroativamente já que o trabalho foi, de toda forma, exercido.
O combinado é que eles ficassem lá até o retorno à China, com passagens e ajuda de custo equivalente a US$ 120 cedidos pelos contratantes. A BYD afirma que todos os 163 chineses já retornaram à Ásia, com todas as verbas rescisórias pagas pela Jinjiang.
Em paralelo, a BYD acrescenta que outros chineses que continuam exercendo diversas funções na Bahia também estão alojados em hotéis daqui em diante. Os estrangeiros ficarão assim até que novas moradias sejam construídas, "seguindo todas as normas brasileiras".