A disputa que divide incumbentes e Nubank e os bancos digitais é pela segunda fase do programa, quando seria liberada a oferta para quem já tem crédito. As instituições têm quatro meses para enviar para a Dataprev — empresa pública de dados responsável pelo clearing do programa de consignado — a base de clientes com os quais possui linhas de crédito. Hoje a Dataprev consegue saber se a pessoa tem crédito ativo, mas não com qual instituição.
Itaú e Nubank lideram na concessão de crédito pessoal no país. O Itaú também lidera no consignado privado. Na reunião da Febraban, segundo apurou a coluna, as duas instituições defenderam mudanças no programa para que haja uma trava para impedir a portabilidade, impedindo que outros bancos possam fazer ofertas de substituição de dívida. Pela proposta, apenas a instituição que concedeu o crédito poderia fazer ofertas.
Mais de 35 instituições financeiras estão homologadas na plataforma, mas poucas estão efetivamente ativas: entre elas, Agibank, Caixa, Safra, Banco do Brasil, PAN, Sicredi e algumas financeiras como Facta, Parati e Upp e QI Tech.
O consignado privado oferece juros menores por contar com garantia de 10% do saldo do FGTS do trabalhador. E o dinheiro da multa rescisória em caso de demissão. Se a garantia não for suficiente, o saldo a pagar fica atrelado ao e-social e, quando arrumar um novo emprego, o desconto entra automaticamente no salário.
Para deixar claro o carimbo do governo na criação do programa, até o dia 25 de abril o trabalhador precisa entrar no aplicativo da Carteira Digital de Trabalho para solicitar simulações de propostas. Com as propostas na tela, ele escolhe o banco desejado, baixa o aplicativo e solicita uma proposta efetiva — esta ainda pode ser um pouco diferente da simulação em termos de prazos, valores e taxas. A partir do dia 25, os bancos estão liberados para ofertar crédito pelo consignado diretamente.