A taxa básica de juros brasileira voltou ao centro do debate econômico no país nesta terça-feira (6), com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central. O Copom subiu o tom e afirmou no documento que pode aumentar a Selic se achar necessário, citando a cotação do dólar e expectativas de alta da inflação.
A ata se limita ao cenário desenhado na semana passada, que levou o BC a manter os juros em 10,5% ao ano. Nos últimos dias, incertezas no quadro externo se acentuaram, com o temor de uma desaceleração da economia americana —que fez desabarem os mercados na segunda (5).
O governo Lula, que acumula desgastes com a gestão do BC neste ano, não se manifestou sobre o tom da ata. Mas a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a instituição. E o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu uma transição de poder na autarquia "sem arroubos políticos".
O Café da Manhã desta quarta-feira (7) fala da possibilidade de uma nova alta dos juros no Brasil. O colunista da Folha Samuel Pessôa, pesquisador do Ibre-FGV e da Julius Baer Brasil, analisa os recados do BC, do mercado e do governo Lula, e explica como números do exterior mexem com a situação no país.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Thaísa Oliveira, com produção de Laura Lewer e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann.