O ano de 2024 não foi favorável para a Audi globalmente. As entregas caíram quase 12%, totalizando 1.671.218 unidades, o que permitiu que a Tesla ultrapassasse a marca pela primeira vez. Além disso, as rivais alemãs BMW e Mercedes-Benz terminaram muito à frente na corrida pelo mercado de luxo.
Diante desse cenário, pode parecer que a última coisa que a Audi deveria fazer é aumentar os preços e correr o risco de afastar ainda mais clientes, certo? No entanto, os números de vendas não são tudo — as margens de lucro por unidade são muito mais importantes na equação final.

Foto de: Audi
Audi SQ5 Sportback 2025
A estratégia da Audi é subir de categoria e cobrar mais caro, mesmo que isso signifique vender menos carros. A montadora pretende fazer isso sem invadir o espaço da Porsche e da Bentley, pois acredita que há margem para crescimento dentro do Grupo Volkswagen ao se distanciar ainda mais da marca principal do conglomerado alemão. Em entrevista à Auto Express, o novo chefe da Audi no Reino Unido, Jose Miguel Aparicio, revelou esse plano ousado.
"Estamos dando um passo à frente em termos de qualidade superior, aumentando o prestígio, a conveniência e a percepção da marca, e mais interessados na qualidade dos negócios do que na quantidade."

Prepare-se para aumentos significativos nos preços, refletindo o novo posicionamento superior da Audi dentro da já complexa hierarquia do Grupo Volkswagen. No entanto, a marca sediada em Ingolstadt sabe que, para ser vista como uma fabricante de carros de alto padrão, não basta apenas elevar os valores: "Precisamos realmente criar essa atração e desejo pela marca", afirmou a empresa.
Como parte dessa estratégia, a Audi já anunciou a descontinuação de seus modelos mais acessíveis. Nem o A1 Sportback nem o Q2 terão uma nova geração, tornando o A3 o modelo de entrada da marca. No topo da cadeia alimentar, o movimento rumo ao mercado premium pode começar com um sucessor mais sofisticado para o A8, inspirado no conceito Grandsphere. Além disso, o conceito Urbansphere sugere um SUV de luxo posicionado acima dos atuais Q7 e Q8.

Foto de: Audi
Audi A1 sairá de linha em breve
Apesar disso, o A8 — que já mostra sinais de envelhecimento — permanecerá no mercado por mais tempo do que o planejado originalmente. Segundo informações da Auto Motor und Sport, a Audi pode lançar mais um facelift para a geração atual de seu sedã de alto luxo.
Caso isso se confirme, o rival do BMW Série 7 continuará disponível por pelo menos mais dois anos, o que significa que o Grandsphere pode não chegar ao mercado até o final da década. A ausência de flagras de protótipos em testes reforça a ideia de que o possível sucessor elétrico do A8 ainda está distante do lançamento.

Audi A8 deve ganhar sobrevida enquanto sucessor elétrico não chega
Sua concorrente, a Jaguar, também está com planos de se aprofundar no território do luxo, mas está adotando uma abordagem radical - talvez até demais - ao se transformar em uma marca exclusivamente elétrica, para o desânimo dos tradicionalistas.
A alemã pretendia se tornar puramente elétrica até 2033, mas mudou seus planos e agora quer permanecer "flexível". Até mesmo a DS Automobiles, de propriedade da Stellantis, tem a Bentley em sua mira, portanto, pode-se dizer que todas as apostas estão canceladas no segmento de luxo.
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Fonte: Auto Express