Já entre as desvantagens estaria o risco estatal, com possíveis interferências do governo, como já visto no passado. Duarte cita que ainda não se tem muita segurança sobre como será o trabalho da atual CEO Magda Chambriard. Outro risco seria o preço do petróleo, que se recuar demais, impactaria a geração de caixa da empresa e o dividendo.
Vulcabras (VULC3)
Dona das marcas Olympikus, Under Amour e Mizuno, a Vulcabras passou por uma série de reestruturações e unificação de marcas nos últimos anos até definir bem o seu nicho de atuação, lembra Renato Reis, analista da Blue3 Research. Ela pode se beneficiar com a expansão do segmento de corrida, prática esportiva que está crescendo em ritmo acelerado no Brasil, avalia Duarte, da Ticker.
Com um novo portfólio focado em calçados esportivos, começou a colher frutos a partir de 2019. "Atualmente, a margem de lucro da Vulcabras está entre as melhores que teve nos últimos 15 anos. A empresa também conseguiu vantagens tributárias ao reestruturar a operação", comenta Reis.
A Vulcabras possui ainda uma expectativa de distribuição de dividendos generosos ao longo de 2024. Isso porque a companhia tem uma política de não ter mais caixa do que dívida bruta, o que é ineficiente tributariamente, explica Lucas Uhlig, especialista e contribuidor do TradersClub. Atualmente, a capacidade de geração de caixa livre estaria acima de R$ 500 milhões, enquanto a dívida está ao redor de R$ 400 milhões.
Entre os pontos de atenção, Duarte cita a concorrência, com players como Adidas sendo mais agressivos e tomando mais mercado. Além disso, o fluxo de caixa da companhia não é previsível como outras empresas perenes, desta forma não há garantia de ter sempre pagamento de proventos, embora os pagamentos normalmente sejam trimestrais.