"Essas mais de 300 páginas são muita coisa em tão pouco tempo". Segundo Gabriel Paiva, CEO da ZenoX, a título de comparação, a empresa também faz monitoramento de sites falsos de venda de ingresso para jogos do Corinthians. Em um mês, eles dizem descobrir, em média, 20.
"A gente monitora vários lugares e ficamos checando se a página é parecida com a da doação ou não", diz Paiva. "Os criminosos nos primeiros dias de campanha se empenham mais. Após um tempo, ao notarem que conseguimos remover algumas páginas, eles procuram um novo tipo de golpe e o surgimento de sites falsos diminui"
As páginas falsas são muito parecidas com as originais. Elas costumam ser hospedadas em domínios distintos (como ".co" ou ".shop"), têm endereço errado (como acréscimo de vogais), itens desatualizados (uma das páginas estava com uma soma de arrecadação menor que da original) e informações bancárias erradas, com dados de Pix que não são oficiais. Como as transferências são feitas de forma instantânea, golpistas costumam diluir logo o dinheiro para contas laranjas para dificultar o rastreio da operação.
Links falsos costumam ser compartilhados via redes sociais ou tráfego pago. "No WhatsApp, várias pessoas só encaminham o endereço sem perceber, por exemplo, os erros de digitação", diz Gabriel. Outra possibilidade comum, conta, são propagandas em redes sociais com o link malicioso.
Infelizmente não dá para saber quantas pessoas doaram para páginas falsas. Segundo a ZenoX, por serem sites comandados por terceiros, não é possível ter uma noção da quantidade de acessos ou de pessoas que eventualmente enviaram Pix para os criminosos.