União Europeia adota tarifas de até 35,3% sobre veículos elétricos chineses

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A UE (União Europeia) adotou nesta terça-feira (29) uma regulamentação para aplicar tarifas adicionais, de até 35,3%, sobre veículos elétricos importados da China, vistos como responsáveis por danos à concorrência no bloco.

Esses veículos já estavam sujeitos a direitos aduaneiros de 10% e passam a ter tarifas que chegam a um máximo de 35,3% e variam conforme as empresas, por um período de cinco anos.

A regulamentação se tornará lei após ser publicada na quarta-feira (30) no Diário Oficial da UE.

Em comunicado, o comissário europeu de Comércio, Valdis Dombrovskis, apontou que "acolhemos a concorrência, inclusive no setor de veículos elétricos, mas ela deve ser sustentada na justiça e na igualdade de condições".

O bloco europeu suspeita que as empresas que serão alvo das tarifas adicionais se beneficiam de subsídios, e essas ajudas estatais lhes permitem competir em condições vantajosas.

A adoção da regulamentação marcou o fim da investigação realizada pela Comissão Europeia (o braço executivo da UE) sobre esses subsídios.

De acordo com a regulamentação, os produtos do grupo automotivo SAIC terão uma tarifa adicional de 35,3%, o grupo BYD de 17% e o grupo Geely de 18,8%.

As empresas que cooperaram com as investigações da UE relativas ao impacto sobre a concorrência no bloco terão uma tarifa de 20,7%, e o restante das firmas de 35,3%.

Desde que a UE começou a discutir essas tarifas adicionais, a China criticou "práticas protecionistas injustas e irracionais".

China e UE mantêm há vários meses contatos para tentar encontrar uma saída negociada para a situação, e a UE adiantou que está disposta a cancelar essas tarifas adicionais caso se alcance um acordo.

A ideia desses direitos aduaneiros tem criado embate entre França e Alemanha, as duas maiores economias do bloco. A França, de um lado, sustenta que a medida é necessária para nivelar a concorrência, pois os fabricantes de automóveis da UE estão em clara desvantagem frente a seus concorrentes chineses.

No entanto, a Alemanha, reconhecida por sua forte indústria automotiva e cujos maiores fabricantes investiram fortemente na China, advertiu que a UE deve evitar prejudicar a si mesma e pediu que continuem as negociações com as autoridades chinesas.

Essas tarifas levantam o "risco de um conflito comercial de grande envergadura", deplorou nesta terça-feira (29) o grupo de pressão da indústria automobilística alemã VDA, assegurando que são "um retrocesso (...) para a prosperidade, o emprego e o crescimento da Europa".

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