Tudo que é construído, deve ser protegido

há 7 horas 2

A maioria das pessoas quer crescer financeiramente, mas poucas se preocupam em garantir que esse crescimento seja sustentável. É como começar a construir um prédio colocando a laje antes dos alicerces — mais cedo ou mais tarde, tudo pode desabar.

Na vida financeira, a proteção é esse alicerce. E, ainda assim, muita gente ignora essa etapa fundamental. Querem multiplicar patrimônio, investir melhor, ganhar mais. Mas sem antes blindar o que já conquistaram. A lógica parece invertida, mas é comum: proteger só depois que der errado. Ou pior — nem depois.

O curioso é que essa blindagem não exige tanto. Na prática, é simples: seguro dos bens, seguro de vida, proteção contra invalidez, planejamento para emergências. Mas o brasileiro médio sofre de um otimismo ingênuo. Acredita que com ele "nunca vai acontecer". Na maioria das vezes, justifica baseado em exemplos de casos quando nada dá errado. Óbvio que quando nada dá errado, está tudo certo. É justamente essa ilusão que fragiliza muitos planos.

Pense em um profissional que ganha R$ 20 mil por mês e decide aplicar parte disso para garantir um futuro melhor. Ele tem bons investimentos, pensa na aposentadoria dos filhos, quer comprar um imóvel. Mas nunca parou para pensar: e se, por doença ou acidente, ele ficasse um ano sem trabalhar?

Um afastamento de 12 meses pode ser suficiente para que ele tenha de vender ativos importantes — ou até o imóvel onde mora. Todo o esforço de anos pode se perder por falta de um plano básico de proteção. E o custo? Muitas vezes, algo em torno de R$ 20 por dia — o preço de três cafés expresso.

O que não se coloca no preço é o custo de recomeçar quando algo dá errado e você precisa reconstruir. Não falo só de bens como casa e carro, mas também da reserva financeira. Você sabe que ó começo é sempre mais difícil. O problema é que nem sempre há tempo, energia ou condições para recomeçar.

Veja o exemplo acima. Se o investidor poupa 15% de sua renda, guarda R$ 3 mil mensais. Depois de 6 anos poupando, ele teria o equivalente a R$ 258 mil a valores atuais, considerando uma taxa de juros de IPCA+6% ao ano. Se ficar 12 meses afastado do trabalho por doença ou acidente, vai comprometer praticamente todo o valor poupado se não todo. Alguns diriam: mas é só recomeçar. Entretanto, quem entende de juros compostos sabe que perder 6 anos de poupança pode ser toda a diferença para ter a aposentadoria desejada.

Do outro lado, está o profissional que entende que a renda é seu maior ativo. Ele decide proteger o fluxo que sustenta tudo o que está construindo. Com um seguro bem desenhado, garante 12 meses de renda em caso de afastamento, proteção para a família em caso de falecimento, e até uma cobertura para invalidez permanente. Em vez de ser obrigado a desmontar tudo, ele segue com o plano.

E não é só sobre tragédias. Ter um bom plano de proteção muda até a forma de investir. Quando você sabe que a base está segura, pode buscar mais retorno com mais confiança. Pode diversificar, pode correr mais risco — sabendo que, no pior cenário, o chão não vai sumir debaixo dos seus pés.

Profissionais que realmente constroem patrimônio não pensam só em rentabilidade. Pensam antes na continuidade. Sabem que uma boa estratégia começa com proteção — e não termina nela.

Você tranca a porta de casa, mas deixa sua renda ou sua casa exposta ao acaso? Tudo o que foi construído deve ser protegido. Essa é a regra, seja um bem patrimonial ou pessoal.

Seguro não é sobre se algo vai dar errado — é sobre quando. E, quando der, quem estiver protegido vai seguir em frente. Quem não estiver, talvez tenha de começar tudo do zero. E recomeçar é mais difícil — especialmente quando não se tem mais tempo. Quer multiplicar? Comece protegendo o que você já tem. É assim que se constrói um patrimônio sólido.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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