O candidato presidencial republicano, Donald Trump, ofereceu nesta terça-feira (24) uma série de incentivos para encorajar empresas estrangeiras a se mudarem para os Estados Unidos caso vença a eleição em novembro. Ele também prometeu criar zonas especiais de manufatura em terras federais.
O ex-presidente disse durante um discurso no estado da Geórgia que os incentivos, que incluem impostos baixos e poucas regulamentações, seriam oferecidos apenas a empresas que transferissem sua produção para os EUA e contratassem trabalhadores norte-americanos.
"Quero que as empresas automobilísticas alemãs se tornem empresas automobilísticas norte-americanas. Quero que elas construam suas fábricas aqui", afirmou Trump.
"A peça central do meu plano (econômico) é o renascimento da manufatura", disse a apoiadores.
As empresas que não fabricam seus produtos em terras norte-americanas, no entanto, enfrentarão "uma tarifa muito substancial" ao enviar seus produtos para os EUA, acrescentou.
Trump discursava na cidade de Savannah, que tem um dos maiores portos do país e é um centro logístico de produção de automóveis.
Ele afirmou que recompensará produtores sediados nos EUA com isenções fiscais para custos de pesquisa e desenvolvimento e a possibilidade de amortizar os custos de maquinário pesado no primeiro ano.
Também se comprometeu a nomear um embaixador global de manufatura para convencer os produtores estrangeiros a se mudarem para os EUA. Ele disse que também criará zonas especiais de baixa tributação e baixa regulamentação em terrenos federais para produtores sediados no país.
Na segunda-feira (23), Trump já havia dito que aplicaria uma tarifa de 200% sobre as importações da John Deere para os EUA caso a empresa de equipamentos agrícolas transfira sua produção para o México, conforme planejado.
A preservação e a criação de empregos na indústria norte-americana por meio da imposição de tarifas expansivas a aliados e rivais se tornou um tema central da mensagem econômica de Trump, especialmente nos últimos meses da disputa contra a candidata democrata, Kamala Harris.
Embora Trump e seus aliados digam que as barreiras comerciais são necessárias para proteger o setor industrial dos EUA, economistas afirmam que as propostas de Trump aumentarão a inflação ao consumidor.
Kamala x Trump
De Washington, a correspondente da Folha informa o que importa sobre a eleição dos EUA
Ainda não está claro quais terrenos federais seriam oferecidos a empresas estrangeiras sob o plano de Trump, nem como funcionaria esse acordo. Se as terras permanecerem sob controle do governo enquanto as empresas estrangeiras operarem nelas, essas empresas poderiam, em teoria, ficar isentas do imposto sobre a propriedade.
Trump também reiterou a promessa de reduzir as alíquotas de imposto sobre as empresas, mas apenas para aquelas que fabricam no país. O ex-presidente disse no início deste mês que reduziria a alíquota de 21% para 15% para os fabricantes nacionais.
Kamala, que as pesquisas mostram estar numa corrida apertada com Trump, deve apresentar um conjunto de novas propostas econômicas na Pensilvânia nesta quarta-feira (25).