Trump confirma tarifas contra todos os países e abala mercados globais

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou no domingo (30) que o plano de tarifas recíprocas que será anunciado nesta quarta-feira (2), batizado por ele de “Dia da Libertação”, incluirá todos os países, e não apenas um grupo reduzido de nações com grandes desequilíbrios comerciais, como especulava o mercado até então. “Você começa com todos os países. Essencialmente, todos os países dos quais estamos falando”, disse Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, segundo relatado pela Reuters.

A sinalização de Trump derruba expectativas de uma aplicação mais seletiva das tarifas e eleva os riscos de uma nova rodada de tensões comerciais globais. O plano do presidente prevê a imposição de tarifas proporcionais às cobradas por outros países sobre produtos americanos, o que, segundo ele, visa proteger a economia dos EUA contra a concorrência considerada desleal.

A ampliação do escopo das tarifas já impacta os mercados financeiros. Os títulos do Tesouro americano registraram forte valorização nesta segunda-feira, e as taxas recuaram, com investidores fugindo de ativos de risco diante do temor de uma recessão nos EUA. O rendimento dos papéis de dois anos caiu seis pontos-base, para 3,85%, próximo da mínima de seis meses, enquanto o juro dos títulos de 10 anos recuou para 4,20%. “Com o risco de recessão nos EUA, a parte curta e intermediária da curva de juros americana é o melhor abrigo”, avaliou Jamie Niven, gestor da Candriam, à Bloomberg.

A perspectiva de estagflação — estagnação econômica combinada com inflação elevada — preocupa investidores. “O cheiro de estagflação nos EUA está se intensificando”, afirmou Mohamed El-Erian, consultor econômico da Allianz, em declaração no X. Ele destacou a piora no índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan, que caiu para o menor patamar em dois anos, ao mesmo tempo em que as expectativas inflacionárias de longo prazo subiram para 4,1%, o maior nível em 32 anos.

(com Reuters e Bloomberg)

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