Trump concede perdão a condenado por criar site que vendia drogas

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O presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu nesta terça-feira (21) perdão a Ross Ulbricht, fundador do Silk Road, que foi condenado à prisão perpétua por administrar um mercado online clandestino onde traficantes de drogas e outros movimentaram mais de US$ 200 milhões em comércio ilícito usando bitcoin.

O republicano cumpriu a promessa de campanha de libertar Ulbricht, de 40 anos, que foi preso em 2013 e condenado em 2015 em um processo histórico nos EUA, iniciado apenas alguns anos após o surgimento da criptomoeda.

"A escória que trabalhou para condená-lo era (formada por) alguns dos mesmos lunáticos que estavam envolvidos na modernização da armação do governo contra mim", disse Trump em uma postagem em sua rede social Truth Social.

O presidente dos EUA disse que o perdão foi "completo e incondicional", acrescentando que ligou para a mãe de Ulbricht para dar a notícia a ela na terça-feira. O fundador do Silk Road está preso em uma prisão federal no Arizona, e seu advogado disse que tinha esperança de que Ulbricht fosse libertado em breve.

"Após suportar mais de uma década de encarceramento, esta decisão oferece a Ross a oportunidade de recomeçar, reconstruir sua vida e contribuir positivamente para a sociedade", afirmou Brandon Sample, advogado de clemência de Ulbricht.

Espera-se que a administração de Trump reverta significativamente o curso do que foi uma repressão dos reguladores ao setor de criptomoedas durante o mandato do ex-presidente democrata Joe Biden.

Trump havia anunciado planos de anistiar Ulbricht em maio, durante um discurso na Convenção Nacional Libertária. O Partido Libertário, que defende a legalização das drogas, pressionou pela libertação de Ulbricht, chamando o caso de exemplo de abuso de poder do governo.

Sua prisão pôs fim ao que os promotores descreveram como um bazar de mercado irregular global que, por dois anos a partir de 2011, foi usado por mais de 100 mil pessoas para comprar e vender US$ 214 milhões em drogas ilegais e outros serviços ilícitos.

Os promotores disseram que algumas pessoas morreram devido a drogas compradas no Silk Road. O site dependia da rede Tor para se comunicar anonimamente e aceitava bitcoin como pagamento, o que, segundo os promotores, permitia aos usuários ocultar suas identidades e localizações.

Os promotores afirmaram que Ulbricht operava o Silk Road sob o pseudônimo Dread Pirate Roberts, uma referência a um personagem do filme "A Princesa Prometida", de 1987, e tomou medidas extremas para proteger a operação do mercado.

Segundo os promotores, esses atos incluíam pedir os assassinatos de várias pessoas que representavam uma ameaça, embora também tenham dito que não há evidências de que algum homicídio tenha sido realmente executado.

Ulbricht reconheceu que criou o Silk Road, que um advogado de defesa em seu julgamento disse ter sido concebido como um "site de mercado livre e desimpedido". Mas seus advogados argumentaram que ele havia passado o site para outros e foi atraído de volta ao seu final para se tornar o "bode expiatório" para seus verdadeiros operadores.

"Eu queria capacitar as pessoas a fazerem escolhas em suas vidas e terem privacidade e anonimato", afirmou Ulbricht em sua audiência de sentença em maio de 2015.

Folha Mercado

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Um júri federal em Manhattan, em fevereiro de 2015, considerou Ulbricht culpado de acusações, incluindo distribuição de drogas pela internet e conspiração para invadir computadores e lavagem de dinheiro.

"O que você fez foi sem precedentes", disse a agora ex-juíza distrital dos EUA Katherine Forrest ao sentenciar Ulbricht. "E ao abrir esse caminho como a primeira pessoa, você está aqui como o réu tendo que pagar as consequências por isso."

Com reportagem adicional de Ismail Shakil e Jasper Ward

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