Toyota Corolla Fielder: 20 anos da perua que só tinha um defeito

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Por Marcelo Jabulas
Publicado em 14/08/2024 às 13h03
Atualizado em 14/08/2024 às 17h45

As peruas desapareceram do mercado brasileiro. Hoje as únicas opções se resumem aos nababescos Audi RS6 Avant e Porsche Panamera Sport Turismo. Mas alguns modelos são tão cobiçados que deveriam continuar em linha. É o caso da Toyota Corolla Fielder, que não durou mais por ter sido preterida pelo irmão favorito.

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Lançada no primeiro de 2004, a perua derivada do sedã japonês, trazia desenho frontal idêntico ao Corolla “Brad Pitt”. O modelo ficou em linha até 2008, mas foi tempo suficiente para criar uma legião de fãs.

Com preço inicial de R$ 59 mil, a Fielder era equipada com motor 1.8 de 136 cv e 17,5 kgfm de torque, abastecido apenas com gasolina. Naquela época os motores bicombustíveis estavam engatinhando. Ela se tornaria flex, apenas em 2007, pouco antes do fim da linha.

File written by Adobe Photoshop? 4 0Durante seus quatro anos de mercado, a perua ganhou inclusive uma versão de apelo esportivo, com detalhes como saias laterais, mas sem ajustes mecânicos

A perua poderia ser equipada com caixa manual de cinco marchas ou transmissão automática de quatro velocidades. O consumo médio declarado (com câmbio automático) era de 8,6 km/l (urbano) e 12,9 km/l (rodoviário).

Conteúdos da Toyota Fielder

Seu pacote de conteúdos trazia itens como direção assistida, ar-condicionado, rádio com CD, vidros elétricos nas quatro portas e poderia receber revestimento dos bancos em couro, como opcional.

A Fielder inclusive já contava com duplo airbag e freios ABS. Estes itens só se tornariam obrigatórios 10 anos depois, a partir de janeiro de 2014. Rodas de liga leve de 15 polegadas e faróis de neblina completavam o pacote.

TOYOTA COROLLA FIELDER 2004 INTERIORBom espaço interno garantia o conforto tanto da primeira como da segunda fileira de bancos

Com 4,45 m de comprimento, a Fielder tem praticamente o mesmo tamanho de um Jeep Compass. Seus 2,60 m de distância entre-eixos permitiam bom espaço para quem viaja tanto na frente, quanto atrás. Um detalhe interessante é que ela já contava com bancos traseiros reclináveis, o que aumentava o conforto de quem viaja na “classe econômica”.

Prática, a perua oferecia boa modularidade dos bancos, o que facilitava a acomodação de grande volumes. O porta-malas de 411 litros poderia se expandir facilmente com rebatimento dos bancos.

O principal problema da Fielder era o Corolla

A Fielder foi um carro que deixou uma legião de fãs. Quem tem o carro dificilmente se dispõe a abrir mão deste japonês. No varejo de usados, há poucas unidades em oferta. E mesmo sendo uma perua com 20 anos de fabricação, não se encontra nenhum anúncio abaixo dos R$ 30 mil.

01 0081095 003Porta-malas da Toyota Corolla Fielder comportava 411 litros de volume

Mas qual o motivo de ter vendido por tão pouco tempo e com volumes modestos? A razão era de ordem fabril. Quando o Corolla Fielder foi lançado, a planta de Indaiatuba já operava perto do limite de sua capacidade de produção.

Na época, foi necessário a contratação de 80 trabalhadores para dar suporte na produção e o Corolla dominava a linha de montagem. Naquele ano o sedã emplacou 37 mil unidades no Brasil. Assim sobrou espaço para entregar 4.863 unidades da Fielder, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Nos anos seguintes o Corolla seguiu na faixa dos 35 mil carros licenciados, enquanto a Fielder teve seu melhor período em 2006, quando alcançou 8.878 emplacamentos. Mas com a chegada da terceira geração (nacional) do Corolla, a Toyota decidiu aposentar a perua.

Assim, o grande problema da Fielder era a popularidade do sedã, que se mantém cobiçado ainda hoje, 20 anos depois, desafiando a dinastia dos SUVs. Ao todo foram emplacadas 32.672 unidades no Brasil, um número que poderia ter sido maior se a fábrica tivesse capacidade para produzir mais.

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