Tarifas de Trump: Três perguntas para o presidente da Frente da Agropecuária

Confira a avaliação de Lupion sobre as medidas de Trump, em entrevista ao InfoMoney:

InfoMoney – Como o senhor recebeu o anúncio do presidente Donald Trump sobre barreiras tarifárias?

Pedro Lupion – Qualquer anúncio de barreiras tarifárias causa preocupação, sobretudo para um país exportador como o Brasil. No entanto, ao analisarmos o impacto específico para o agronegócio brasileiro, percebemos que o pacote anunciado foi mais brando do que se esperava. Ficou evidente que se trata de uma medida com viés econômico, voltada principalmente ao equilíbrio comercial dos EUA. Os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil, e é um importante parceiro. Para nós, acabou virando uma certa oportunidade, analisando muito friamente. A gente acaba abrindo oportunidade para o nosso mercado.

IM – Quais setores do agro devem ser mais afetados?

PL – Alguns segmentos específicos do agro podem sentir mais os efeitos das novas tarifas. Entre eles, destacamos o suco de laranja — do qual o Brasil responde por cerca de 80% da produção mundial — além de carnes, madeira, borracha e etanol, que enfrentam tarifas mais elevadas. São setores que podem sofrer um impacto maior.

IM – A Frente pretende atuar junto com o Executivo para negociar com os EUA?

PL – Neste momento, não vemos necessidade de acionar a Lei de Reciprocidade — recém-aprovada pelo Congresso e ainda aguardando sanção presidencial. O mais prudente agora é manter o equilíbrio e garantir que o Brasil esteja à mesa de negociações. Precisamos identificar, com clareza, quais são as ameaças e também as oportunidades que esse novo cenário nos apresenta.