Soco, empurrão e até morte: veja outros casos de violência política no Brasil

há 3 meses 2

Embora a violência política ou eleitoral tenha se tornado cada vez mais frequente no Brasil, o caso ocorrido neste domingo, com um candidato agredindo outro – José Luiz Datena (PSDB) acertou Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira – em frente às câmeras durante um debate ao vivo é um fato inédito.

Não há relatos de que trocas de acusações entre adversários tenham ido além de gritos e xingamentos, chegando às chamadas “vias de fato”, embora alguns casos mais antigos tenham entrado em livros de história, até com final trágico.

Entre abril e junho de 2024, o Observatório da Violência Política e Eleitoral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, contabilizou 128 casos de violência contra lideranças políticas no Brasil.

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Em relação ao trimestre anterior, o aumento no número de casos foi de 117%, atribuído ao ciclo pré-eleitoral das eleições municipais de 2024, uma vez que parte significativa dos casos foram contra pré-candidatos a cargos locais.

O episódio de violência mais recente ocorreu no Rio de Janeiro, mas foi durante a campanha de rua. No início deste mês, o candidato a vereador pelo Rio de Janeiro Leonel de Esquerda (PT) foi internado após ser agredido por um grupo que, segundo ele, incluía o candidato a prefeito e deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

O PT chegou a pedir a impugnação da candidatura de Amorim, em caso que ainda não foi julgado. O mesmo candidato da prefeito já teve uma punição anterior, por ter cometido crime de violência política de gênero contra a vereadora Benny Briolly. Em maio de 2022, Amorim a chamou de “aberração da natureza” por ela ser uma pessoa trans. A punição, porém foi revogada.

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História

Como em outras ocasiões, casos de destempero históricos são lembrados quando incidente do tipo ocorrem.

O caso mais notório foi o que envolveu em 1963 o senador Arnon de Melo (PDC), pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ele disparou um arma contra seu adversário, o também alagoano Silvestre Péricles de Góis Monteiro (PST), que também estava armado. Mas errou os disparos e matou o senador acreano José Kairala (PSD). O pai de Collor chegou a ficar algumas horas preso, mas foi liberado por alegar legítima defesa.

Houve outros casos pitorescos sem final traumático. Em 2010, o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), expulsou aos empurrões um manifestante em evento de inauguração de uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA), que protestava contra a Lei Cidade Limpa. “Sai daqui! Estamos em um hospital, respeite os doentes. Vagabundo!”, gritou Kassab.

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Num passado bem mais remoto, em 1949, o ex-presidente Jânio Quadros foi agredido dentro da Câmara de São Paulo, durante seu primeiro mandato como vereador da cidade. Num debate acalorado contra um projeto de lei que concedia benefícios a associações esportivas, Jânio chamou de fascista seu colega João Carlos Fairbanks, um antigo militante integralista.

Outro vereador, Altimar Ribeiro de Lima, tomou as dores e partiu em defesa de Fairbanks,  pegou Jânio pelo pescoço e deu-lhe um soco. Ele bateu com a cabeça num ferro e começou a sangrar. Conhecido desde cedo pela teatralidade, Jânio passou a mão na cabeça, mostrou o sangue e continuou a discursar. A cena teve resultado, porque o projeto não foi aprovado.

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