Um sindicato pediu às autoridades dos Estados Unidos que investiguem a JBS por supostos abusos e crimes contra trabalhadores imigrantes. A denúncia ocorre em meio ao plano da maior produtora mundial de carne de listar suas ações nos EUA.
O UFCW (United Food and Commercial Workers), que representa trabalhadores do setor de alimentos, disse que funcionários da fábrica da JBS em Greeley, no Colorado, foram sujeitos a tráfico humano, pagamento de aluguel por acomodações precárias, condições de trabalho perigosas, ameaças e intimidação. Cerca de 500 trabalhadores haitianos e beninenses podem ter sido impactados, segundo o sindicato.
Algumas das supostas violações teriam sido cometidas por um gerente de seleção e pelo menos um recrutador que não era empregado diretamente pela empresa, mas tinha acesso direto à fábrica de Greeley, segundo o UFCW.
O frigorífico brasileiro disse em comunicado que colocou novos líderes de recursos humanos na unidade, baniu a pessoa que não era funcionária de ter acesso ao local e notificou as autoridades locais após tomar conhecimento das "alegações alarmantes".
"A JBS não cobra dos membros da equipe ou candidatos por quaisquer serviços anteriores ao emprego, incluindo transporte, seleção, requisitos médicos pré-contratação ou moradia, nem exigimos que eles vivam em qualquer local específico", disse a empresa no comunicado, referindo-se às alegações feitas pelo sindicato. "Também notificamos as autoridades locais e cooperaremos com qualquer investigação."
Os frigoríficos americanos dependem muito de trabalhadores imigrantes para vagas difíceis de preencher em linhas de desmontagem de carcaças, principalmente com a escassez de mão de obra após a pandemia. Refugiados haitianos respondem por muitas das novas contratações na fábrica de Greeley, de acordo com o UFCW.
A gigante da carne controlada pelos bilionários irmãos Batista busca aprovação da SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA, para que suas ações sejam negociadas na Bolsa de Nova York, mas tem enfrentado forte oposição de grupos ambientalistas e congressistas.
Folha Mercado
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