Salto: Governo mostra compromisso com meta fiscal, mas precisa fazer mais

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De fato, houve uma redução de temperatura. Talvez de 40ºC para 39ºC, mas as coisas ainda estão complicadas para o lado do governo. Essas declarações que foram dadas hoje pelo ministro Haddad, o ministro Barroso [do STF] e também o presidente [da Câmara dos Deputados], Arthur Lira, foram positivas, na direção de que o governo está comprometido com as metas, de que busca cumprir eventualmente até o centro da meta, como disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.

Mas é preciso provar que isso pode acontecer mesmo. O quadro ainda é muito intrincado. Eu estou entre aqueles que avaliam que o pacote anunciado é positivo, porque mexe nas válvulas corretas. Um governo de esquerda mexendo o salário mínimo não é pouca coisa. A questão do abono salarial, das emendas parlamentares, do Fundeb, da previdência dos militares, novos gatilhos introduzidos no arcabouço fiscal. Então, mexe nas questões corretas, mas o ajuste produzido é insuficiente. E a questão de renda, daquele aumento da faixa de isenção para 5 mil reais também.
Felipe Salto, colunista do UOL

Declaração de Haddad e reações do mercado

Há uma semana, o governo brasileiro divulgou um pacote de medidas para diminuir seus gastos em R$ 70 bilhões em dois anos. O pacote desagradou os investidores, que acharam o montante insuficiente para reequilibrar as finanças públicas. A ideia de anunciar, ao mesmo tempo, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês também caiu mal no mercado.

O pronunciamento de Haddad também animou os investidores da Bolsa, que chegou a subir mais de 0,43%, por volta das 14h. Mas a notícia da troca de comando no conselho da petroleira esfriou os ânimos. O temor é de ingerência do governo na estatal.

Novo IR cobra 10% de R$ 1,2 milhão e 4% de R$ 750 mil

A reforma do Imposto de Renda proposta pelo governo Lula impõe cobrança de 10% a quem ganha R$ 1,2 milhão por ano ou mais. Quem ganha até R$ 600 mil/ano está fora dessa cobrança adicional. A alíquota extra foi criada para compensar a perda de R$ 35 bilhões de arrecadação com a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, também proposta pelo governo.

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