Setores como o complexo de soja, carnes, sucroenergético, produtos florestais, café e cereais devem ficar mais competitivos na safra do próximo ano.
Turismo receptivo ganha em médio a longo prazo. Não para os próximos meses, devido às viagens já estarem programadas, mas a médio prazo. "Quem recebe turistas, como o setor hoteleiro e de gastronomia, podem ver um benefício, mas deve demorar mais um pouco. Dificilmente as pessoas mudam de destino em cima da hora", diz Ana Carolina Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).
Logística se beneficia com os veículos elétricos. Aproximadamente 30% dos custos de logística são de combustível, aponta Beto Zampini, CEO da operadora logística Imediato Nexway. Com o preço do diesel atrelado ao dólar, saem ganhando margem os transportes híbridos ou elétricos.
Insumos produzidos em território nacional também ganham competitividade. A gerente nacional de logística da RV Imola, Patricia Lazzarini, diz que veículos que não usam diesel garantem as margens da empresa durante ciclos de alta do dólar. "Estamos fazendo uma experiência com esses veículos para ver se vale a pena trocar os demais, mas o Brasil ainda não tem estrutura adequada para esse tipo de veículo", comenta.
O setor de serviços que atende o mercado externo recebe em dólar. Os principais impactados são as empresas que oferecem para o exterior serviços de arquitetura e engenharia; jurídicos, contabilidade e consultoria; armazenamento e serviços auxiliares aos transportes e de TI, segundo João Diniz, presidente da Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços).
Carro nacional mais competitivo. Setor de automóveis pode ser beneficiado à medida que se torna mais competitivo no mercado interno em relação aos importados aqui dentro e, também, lá fora, com o real mais barato. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), porém, disse que as comissões técnicas ainda avaliam os efeitos do dólar.