Fora do mercado brasileiro há cerca de sete anos, o Audi RS3 voltou! Apenas na carroceria sedã, o alemão chega ao Brasil em duas versões, com preços de R$ 659.990 e, com um pacote mais amplo de fibra de carbono e freios especiais, o RS3 Sedan Track, por R$ 714.990.
Esse retorno acontece simultaneamente à chegada das versões tradicionais do A3 Sedan reestilizado, que traz o visual já conhecido no exterior. Entre as principais novidades, estão uma nova identidade visual alinhada à recente linguagem de design da Audi, com grade singleframe redesenhada, o logotipo das quatro argolas em estilo 2D e uma revisão mecânica no motor 2.0 TFSI, agora a única opção disponível no A3 Sedan.

Foto de: Motor1 Brasil

Foto de: Motor1.com
Audi A3 Sedan
Yin-yang
Tive a oportunidade de testar ambos os modelos no Circuito Panamericano, localizado em Elias Fausto (SP). Apesar do breve contato, deu para perceber claramente a enorme diferença de personalidade entre eles, como sempre aconteceu.
A dinâmica proposta pela Audi consistiu em dividir os jornalistas em grupos de veículos – primeiro o RS3, depois o A3 tradicional –, sempre acompanhados por um Audi RS6 Avant como carro-madrinha. O percurso foi realizado na pista Dry Handling, que tem 11 curvas, extensão de 3.400 metros, largura de 10 metros (com 15 metros na reta principal) e duas retas de 720 e 470 metros cada.

Foto de: Motor1 Brasil
Audi RS3 terá duas versões: Sedan e Track
Visualmente, o RS3 já evidencia seu caráter esportivo e radical logo de cara. A grade dianteira ficou maior, com elementos em formato colmeia integrados aos faróis com LEDs Matrix, permitindo ao motorista escolher entre três opções diferentes de luzes diurnas pela central multimídia.
Na traseira, difusores verticais acompanham o estilo frontal, complementados por duas ponteiras ovais de escapamento em preto, separadas por um refletor vermelho central. Vale destacar que itens opcionais na Europa, como o sistema de escape esportivo e a suspensão com amortecedores eletrônicos, viraram itens de série por aqui.

Foto de: Motor1 Brasil

Foto de: Motor1 Brasil
Radical, mas equilibrado
Apesar das modificações, o RS3 mantém um equilíbrio visual que eu particularmente aprecio muito. É provocativo sem exageros, o que permite que um executivo possa usá-lo tranquilamente no dia a dia sem parecer ter exagerado nos acessórios aftermarket.
Por dentro, o RS3 traz melhorias sutis e elegantes. Os bancos esportivos são do tipo concha, podendo ser de fibra de carbono na versão Track, o que reduz peso e melhora a sustentação nas curvas mais fortes. Volante, painel e portas têm acabamentos em Alcantara, elevando a sensação de exclusividade. Além disso, a cabine é surpreendentemente silenciosa quando os vidros estão fechados.

Foto de: Chris Rosales / Motor1
Motor 2.5 TFSI é o mesmo da geração anterior, mas com 2 kgfm a mais de torque
Acionem as trombetas
Ao ligar o RS3, o ronco do motor 2.5 TFSI soa vigoroso e instigante, evocando a intensidade de uma sinfonia de Wagner ou Bach. Em tempos marcados por normas rígidas de emissões e motores pequenos demais, é quase um milagre ouvir esse cinco cilindros rugindo com tanta vontade.
O motor mantém os 400 cv entre 5.600 e 7.000 rpm e a conhecida sequência de ignição 1-2-4-5-3. A grande novidade fica no torque, agora com 51 kgfm (2 kgfm a mais que no RS3 anterior), permitindo que o sedã acelere de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos.

Foto de: Motor1 Brasil
Cabine é caprichada e não exagera nos acessórios esportivos
A velocidade máxima é limitada a 250 km/h na versão de entrada, mas sobe para 280 km/h na Track. Para quem gosta de brincar mais sério, o RS3 oferece ainda sete diferentes modos de condução: Efficiency, Comfort, Auto, Dynamic, RS Individual, RS Performance (desenvolvido especialmente para pista) e RS Torque Rear.
Ao volante, surpreende pela previsibilidade das reações, sendo acessível até para quem não está acostumado com tanta potência. A direção é precisa e o sedã encara curvas com extrema confiança, graças à tração integral quattro que o mantém firmemente preso ao chão. Mesmo com pneus largos de 19" (265/30 na dianteira e 245/35 na traseira), é raro ouvir ou sentir sinais de esforço ou atuação frequente do controle de tração.

Foto de: Motor1 Brasil

Foto de: Motor1 Brasil
A3 sedan é para a primeira classe, mas com diversão
Após três voltas, deixei o RS3 com saudades e parti para o A3 tradicional, equipado com motor 2.0 TFSI e tração dianteira. Ao contrário do que se possa imaginar, a versão normal também oferece boa diversão. Os números não mentem: 204 cv e 32,6 kgfm de torque disponíveis desde os 1.600 rpm, aliados à transmissão S-tronic de dupla embreagem e sete marchas, levam o sedan de 0 a 100 km/h em apenas 7,4 segundos. Nada mal para um sedan que vai passar a maior parte do tempo preso no trânsito indo para reuniões chatas de negócios.
Nas suspensões encontramos a maior diferença entre os dois mundos da linha A3, já que o sedan 2.0 turbo usa suspensão McPherson na dianteira e multi-link na traseira. O comportamento é ágil, embora com a típica tendência a sair levemente de frente quando exigido ao extremo.

Foto de: Motor1.com
Apesar do caráter mais executivo, A3 tem seus toques esportivos

Foto de: Motor1.com
Motor 2.0 TFSI foi atualizado e leva apenas 7,4 segundos de zero a 100 km/h
Esportivo sim, mas prático
Meu veredito? O RS3 é para quem, acima de tudo, valoriza um esportivo dinâmico, afinado e com um dos últimos motores de cinco cilindros sem qualquer auxílio eletrificado disponível no mercado. E se precisar justificar a compra para a família, ele também é mais prático e menos arisco que seu concorrente direto, o BMW M2 Coupé, que parte de R$ 672.950.
E, por mais irônico que pareça, no RS3 você terá um esportivo versátil e até mesmo racional para o uso diário, graças aos seus 4.533 mm de comprimento, 1.851 mm de largura, 1.393 mm de altura e 2.631 mm de entre-eixos. Com quatro portas e um porta-malas de 321 litros, ele leva as compras da semana, busca as crianças na escola e ainda vai ao limite nas pistas sem parar em um guard-rail.
No final, o RS3 continua sendo o mesmo esportivo raiz que sempre foi. E que bom que ele continua assim. Mas aproveite: com as regras rígidas de transição elétrica em sua terra natal, dificilmente veremos outro carro tão puramente esportivo como este tão cedo.
Assista o canal do Motor1.com no Youtube
O Novo GWM TANK 300 quer ser melhor que o Jeep Wrangler? O novo SUV da marca chinesa chega com novidades para o off-road. Ele traz diversas opções de seleção de tração, 3 tipos de bloqueio de diferencial, motor 2.0 híbrido plug-in e novidades tecnológicas da GWM. Vai dar certo no mercado nacional? Descubra neste vídeo com o Léo Fortunatti e saiba tudo sobre como este sistema de motor elétrico frontal com diferencial funciona.