A venda "é um marco na história da arte moderna e contemporânea e reflete a interseção crescente entre a tecnologia de IA e o mercado de arte global", ressaltou a Sotheby's.
"O valor-chave do meu trabalho é a sua capacidade de servir como catalisador do diálogo sobre as tecnologias emergentes", expressou o Ai-Da, por meio da inteligência artificial. "Um retrato do pioneiro Alan Turing convida o público a refletir sobre a natureza divina da IA e da informática, considerando as implicações éticas e sociais desses avanços", acrescentou.
Com formato de mulher, o robô é um dos mais avançados do mundo, e foi projetado pelo especialista em arte moderna e contemporânea Aidan Meller. "Os maiores artistas da História celebraram e questionaram as mudanças sociais", disse ele. "Por se tratar de uma tecnologia, o robô Ai-Da é o artista perfeito para discutir o desenvolvimento atual da tecnologia e o seu legado."
A máquina é capaz de gerar ideias por meio de conversas com membros do estúdio, e foi dela a sugestão de criar um retrato de Turing. Os membros do estúdio lhe perguntaram sobre o estilo, a cor, o conteúdo, tom e a textura que usaria. Depois, colocaram uma foto de Turing na frente das câmeras dos seus olhos e o robô produziu a pintura.
Meller liderou a equipe que criou o Ai-Da com especialistas em inteligência artificial das universidades inglesas de Oxford e Birmingham. Segundo esse especialista em arte, Turing, que se tornou famoso como matemático, pioneiro da informática e criptógrafo durante a Segunda Guerra Mundial, havia expressado suas preocupações relacionadas ao uso da IA já na década de 1950.