Renato Romio, engenheiro do Instituto Mauá de Tecnologia, explica que as exigências de controle de emissões de poluentes e a tecnologia de motores flex, inexistentes no Brasil mais de quatro décadas atrás, são a justificativa. Em média, hoje o álcool tem consumo 30% maior na comparação com a gasolina e no passado esse percentual era de 15%, aproximadamente, diz o especialista.
Vale destacar que, no passado, o consumidor brasileiro precisava escolher entre veículos movidos exclusivamente a gasolina, etanol ou diesel.
"De fato, nos anos 80 o carro a álcool era muito mais econômico, pois o motor tinha ajuste para trabalhar com mistura pobre, utilizando proporcionalmente menos etanol em relação à quantidade de ar na combustão. Isso permitia na época que o etanol atingisse 85% da eficiência energética da gasolina, contra 70% atualmente", destaca Romio.
Essa estratégia, acrescenta o engenheiro, era utilizada pela VW e por outras montadoras por conta das características físico-químicas do etanol: por conter oxigênio, ele queima mais rapidamente, mesmo em menor quantidade. Isso ajuda a compensar em parte seu menor poder calorífico na comparação com o combustível fóssil, que não traz oxigênio em sua composição.
Contudo, com a criação do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) em meados da década de 1980 e a adoção do catalisador para controle de emissões veiculares a partir do início da década seguinte, o jogo virou contra o álcool.