Por que o autor Edgard Telles Ribeiro é favorito para a vaga de Antonio Cicero na ABL

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O romancista e diplomata aposentado Edgard Telles Ribeiro desponta como o favorito para ocupar a cadeira número 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que pertencia a Antonio Cicero. O poeta e compositor carioca morreu no último dia 23, aos 79 anos.

Autor de mais de 15 livros, Telles Ribeiro assinou romances, como "Olho do Rei", que conquistou o prêmio de ficção da ABL em 2006, e o volume de contos "Histórias Mirabolantes de Amores Clandestinos", finalista do prêmio Jabuti no ano anterior.

"Jogo de Armar", obra mais recente do escritor de 79 anos, está entre as finalistas na categoria romance literário do Jabuti deste ano. O tradicional prêmio será entregue no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no próximo dia 19.

O prazo para as inscrições das candidaturas para a cadeira de Cicero se encerrou na noite desta quinta (7). São 15 os postulantes para o pleito marcado para 11 de dezembro, o maior número desde a eleição de Rosiska Darcy, em 2013, que contou com 16 interessados.

Além de Telles Ribeiro, estão na disputa o jornalista e escritor Tom Farias, colunista da Folha, Sonia Netto Salomão, professora de língua e tradução portuguesa na Universidade Sapienza, em Roma, e o poeta Carlos Cardoso.

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O jogo pode virar ao longo das cinco semanas que restam para a votação, mas neste momento Telles Ribeiro aparece claramente como o mais cotado, conforme apurou a reportagem.

Não é a primeira vez que ele concorre a uma vaga. Na eleição em março deste ano, da qual a historiadora Lilia Schwarcz saiu vencedora, o escritor chileno radicado no Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 12 votos, uma quantia expressiva, segundo membros antigos da academia.

Pesa a favor dele uma carreira literária de prestígio, que inclui um prêmio concedido pela própria ABL. Mas não só.

Telles Ribeiro tem acompanhado palestras e debates na casa e, no último mês de outubro, apresentou uma elogiada conferência sobre literatura e cinema. Essa presença constante e a boa convivência com os acadêmicos --métier de um diplomata-- ampliam suas chances.

Há ainda um aspecto prático. A ABL precisa neste momento de um membro que seja capaz de assumir funções administrativas do dia a dia. O fato de morar no Rio, caso de Telles Ribeiro, é uma vantagem nesse sentido. Os últimos escolhidos foram Schwarcz, que vive em São Paulo, e Aílton Krenak, em uma reserva indígena no município de Resplendor (MG).

A candidatura de Tom Farias, autor de biografias de Carolina Maria de Jesus e Cruz e Souza, entre outras, tem sido bem recebida pelos acadêmicos, mas, ao menos por ora, não demonstra a força da de Telles Ribeiro. A chance dos demais candidatos é vista como muito pequena.

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