Este tipo de automóvel, com seu centro de gravidade mais baixo e peso significativamente maior em comparação com carros a combustão, apresentam desafios únicos para as estruturas de segurança rodoviária existentes. Os testes de colisão revelaram que, mesmo com guard rails projetados para minimizar rupturas e capotamentos, a eficácia é limitada quando se trata de carros elétricos.
Em colisões envolvendo um Tesla Model 3 e uma picape Rivian R1T, observou-se que o primeiro conseguiu levantar a estrutura do guard rail e passar por baixo, enquanto o segundo rompeu a proteção sem uma redução significativa de velocidade.
Um vídeo nas redes sociais mostra a diferença do impacto das colisões. A alta densidade das baterias e a estrutura dos veículos elétricos, geralmente mais rígidos, podem influenciar o comportamento do carro em caso de batidas.
A indústria automotiva defensora da eletrificação minimiza os riscos e enfatiza a segurança deste tipo de modelo. Segundo Carlos Augusto Roma, diretor-técnico da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), tanto as picapes quanto os SUVs elétricos têm centro de gravidade mais baixo que as a gasolina, além de conteúdo de segurança mais sofisticado que os a combustão - o que traria menor chance de se envolver em acidentes.
"Os Tesla e BYD estão servindo de benchmarking como padrão de segurança. Os elétricos são mais seguros que os a combustão quando comparados. Em breve, tudo será autônomo e os acidentes serão reduzidos a quase zero. O guard rail é para depois que aconteceu o acidente, e são muito importantes, mas o que precisamos fazer para que os carros não sofram acidentes é agir de forma preventiva", afirmou.
A opinião difere um pouco do professor Jairo Souza, de Engenharia Mecânica da FEI. "Os veículos elétricos, com as suas novas arquiteturas que são caracterizadas pela instalação do pacote de baterias no chassi, promoveram uma melhoria na estabilidade contra tombamentos pelo fato de terem seus centros de gravidades mais baixos, se comparados aos veículos convencionais a combustão. Por outro lado, o fato de terem o centro de gravidade mais baixo requer uma revisão da infraestrutura rodoviária, especialmente no caso dos guard rails, que deverão suportar o novo comportamento das cargas dinâmicas dos veículos elétricos em casos de colisão".