Por essa razão, motores flex requerem ajuste para trabalharem com taxa de compressão intermediária - sem contar que hoje a gasolina já traz 27% de álcool na sua formulação.
O meio-termo que viabiliza o abastecimento com qualquer um desses combustíveis, inclusive misturados em qualquer proporção, faz com que nenhum deles renda tudo o que poderia.
A saída seria voltar a oferecer motores movidos apenas a álcool. Há três anos, a antiga FCA, hoje incorporada pela Stellantis, anunciou o desenvolvimento de um motor turbo 100% a etanol, justamente para reduzir a distância para unidades motrizes a gasolina em termos de consumo.
Entretanto, o projeto foi cancelado, supostamente devido à resistência dos consumidores à ideia de depender exclusivamente do derivado da cana - cuja produção está sujeita a entressafras, ao clima, à quantidade de chuvas e ao preço do açúcar, também fabricado a partir dessa planta.
Renato Romio conclui, dizendo que um propulsor dedicado ao álcool, de fato, teria menor consumo na comparação com motores flex, mas sem chegar aos 85% de eficiência ante a gasolina que acontecia 40 anos atrás - quando o catalisador ainda não havia chegado.
"Hoje, um motor a álcool poderia chegar próximo a 80%".