"A maior parte das pessoas acredita que o motor do carro depende somente do combustível para funcionar, mas na verdade existem diversos outros fatores que influenciam diretamente para o correto funcionamento de um motor, como o ar, por exemplo", explica Henrique.
Em contrapartida, em regiões serranas ou montanhosas, como São Paulo (a aproximadamente 760 metros acima do nível do mar) e Belo Horizonte (a cerca de 850 metros), o ar é mais rarefeito, com menor densidade ou oxigênio. Essa condição afeta diretamente a mistura de ar e combustível, resultando em uma combustão menos eficiente e, consequentemente, uma queda na performance do motor.
"Em motores aspirados, que são os convencionais sem turbo ou compressor, isso resulta em uma mistura mais pobre, reduzindo a performance", afirma Henrique.
A pressão atmosférica também desempenha um papel importante. Ao nível do mar, a pressão é maior, o que favorece a admissão de ar no motor. Em altitudes maiores, a pressão atmosférica é menor, o que faz com que os motores aspirados sofram uma queda natural de rendimento.
"Em geral, motores aspirados perdem cerca de 1% de potência a cada 100 metros de elevação. Por exemplo, em São Paulo, um carro aspirado pode perder cerca de 7% de potência em comparação com o nível do mar," detalha o engenheiro.
Quando falamos de mistura rica ou pobre, estamos nos referindo à proporção entre ar e combustível. A primeira tem mais combustível em relação ao ar, enquanto a segunda é o oposto. No nível do mar, a mistura geralmente é mais próxima da ideal, o que garante um maior desempenho do motor.