O Pix inteligente é outra novidade esperada pelos especialistas. Na prática, o consumidor vai poder programar uma transferência automatizada a partir de gatilhos configurados pelos usuários. Se a pessoa, por exemplo, decidir que quer transferir saldo da conta X para a Y quando entrar no cheque especial, ela cria a regra e, quando isso acontecer, automaticamente o valor é transferido.
Gustavo Lino, diretor-executivo da INIT (Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento), afirma que a novidade vai ser ainda mais positiva para as empresas. "Ter essas transferências automatizadas, sem necessidade de uma ação do usuário naquele momento, facilita muito a vida da tesouraria, contas a pagar, contas a receber", afirma Lino.
Há iniciativas paralelas às do Banco Central. Glauber Mota, CEO da Revolut no Brasil, afirma que o mercado lança novidades e o desafio é fazer com que as inovações tecnológicas caminhem ao lado da regulação. O grande foco do momento, para ele, é o desenvolvimento do Open Finance, que é um sistema que permite o compartilhamento de informações do consumidor com diversas instituições financeiras.
Com o Open Finance, haverá maior conexão entre os bancos. Hoje o cliente consegue transferir o saldo de uma conta para a outra via Open Finance, mas ainda é necessário abrir a conta do primeiro banco e, ao fazer a transação, abrir a do segundo também. Isso dificulta o uso, segundo Glauber Mota, CEO do Brasil da fintech Revolut, e o consumidor só vai adotar plenamente o sistema quando o cliente enxergar vantagens para si.
O Pix por aproximação é uma das novidades mais próximas, já com data para chegar aos brasileiros. O BC lançaria a funcionalidade neste ano, mas adiou para 16 de junho de 2025. A ideia é que o consumidor consiga agendar pagamentos como um débito automático, mas sem a necessidade de haver um consórcio entre o banco e a empresa prestadora do serviço, que é o que acontece hoje com contas de luz e água, por exemplo.
A funcionalidade vai trazer a experiência do cartão para o Pix. Lino afirma que o Pix por aproximação vai facilitar o dia a dia dos brasileiros. Eduardo Lopes, presidente da Zetta, associação que reúne empresas como Nubank e Mercado Pago, afirma que hoje fazer um Pix exige que o consumidor abra o aplicativo do banco, o que não será mais necessário a hora que a tecnologia por aproximação estiver funcionando.