Conheça o investidor que prometeu a Trump investir US$ 20 bilhões em data centers nos EUA

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Quando o presidente eleito Donald Trump chamou Hussain Sajwani ao púlpito em Mar-a-Lago, Flórida, na terça-feira (7) para prometer um investimento de US$ 20 bilhões nos Estados Unidos, o investidor de Dubai saboreou o momento.

Por mais de uma década, sua empresa, a Damac Properties, ajudou a gerar milhões para a Trump Organization através de uma parceria no Oriente Médio.

Esses laços parecem ter ajudado a abrir uma ampla oportunidade para Sajwani enquanto ele se move para diversificar seu império no mercado multibilionário de construção de data centers, necessários para atender à crescente demanda por computação em nuvem e inteligência artificial.

"Nos últimos quatro anos, estivemos esperando por este momento", disse Sajwani no palco. "Estamos muito, muito animados agora com sua liderança e sua estratégia e política abertas para encorajar empresas a virem para os EUA."

O anúncio aprofunda os laços de Trump com Sajwani. Mas também destaca o que os críticos dizem serem conflitos de interesse, já que Trump continua a manter seu negócio imobiliário enquanto se prepara para um segundo mandato na Casa Branca.

O que faz a Damac?

A Damac Properties faz parte do Damac Group, um dos maiores incorporadores em Dubai, cidade dos Emirados Árabes Unidos conhecida por seus projetos imobiliários grandiosos, como uma ilha em forma de palmeira e o Burj Khalifa, o arranha-céu mais alto do mundo.

Sajwani, que às vezes é chamado de Donald de Dubai, alavancou sua empresa para se tornar uma grande referência no mercado imobiliário de luxo do Oriente Médio com aquisições e projetos iniciados em meados da década de 1990, quando Dubai começou a permitir que estrangeiros comprassem propriedades lá.

Em 2002, ele fundou a Damac Properties para construir torres de luxo ao longo da orla de Dubai que foram vendidas rapidamente. Sajwani fechou acordos de marca com Versace, Fendi e outras marcas de moda para suas propriedades.

Mas a empresa também enfrentou processos judiciais em 2010, incluindo um de um investidor alemão que alegou que certas propriedades não foram entregues a tempo. Esse processo foi rejeitado por um tribunal de Dubai.

Em 2011, a Damac resolveu três disputas com o Egito sobre investimentos lá, incluindo uma em que um tribunal do Cairo havia condenado Sajwani à prisão à revelia.

Em seu site, a empresa promove vilas de luxo, apartamentos e hotéis da Arábia Saudita a Londres. Durante seu discurso em Mar-a-Lago na terça-feira, Sajwani disse que a Damac havia entregue 47 mil casas e tinha mais 33 mil em construção.

A Damac disse em um comunicado à imprensa na terça-feira que também estava planejando um projeto de condomínio em Miami avaliado em cerca de US$ 1 bilhão, e que "continua a buscar oportunidades estratégicas de imóveis nos EUA."

Em 2013, Sajwani se uniu à família Trump para construir o primeiro campo de golfe com a marca Trump no Oriente Médio. Trump concordou em gerenciar um campo de golfe como parte de um projeto da Damac.

Sob os acordos, a Trump Organization licencia o nome Trump para a Damac, que pagou a Trump de US$ 2 milhões a US$ 10 milhões mesmo antes dos campos de golfe serem construídos, de acordo com formulários de divulgação financeira arquivados em maio de 2016.

Em 2017, Trump ganhou US$ 141 mil em taxas de gestão dos acordos, de acordo com documentos contábeis daquele ano.

O Trump International Golf Club foi inaugurado em 2017, durante o primeiro mandato de Trump, e é o ponto central do Damac Hills, um complexo fechado de casas de luxo vendidas por até US$ 4 milhões cada.

Um segundo campo de golfe afiliado a Trump que a Damac pretendia construir dentro de um resort foi adiado. O projeto chamou a atenção em 2018 quando a Damac contratou uma empresa controlada pelo governo chinês para construir parte dele.

Os filhos de Trump, Donald Jr. e Eric, participaram do casamento da filha de Sajwani em 2018, e durante o primeiro mandato de Trump, Sajwani era uma presença costumeira em Mar-a-Lago. Na semana passada, ele participou de uma celebração de Ano Novo, postando uma foto na plataforma social X ao lado de Trump e Elon Musk.

Por que a DAMAC está investindo em data centers?

Se Trump lucrou muito com seus negócios com a Damac, Sajwani está prestes a se beneficiar de seu investimento de anos no presidente eleito.

Em 2021, Sajwani criou uma divisão digital, Edgnex Data Centres, subsidiária da Damac, para atender à crescente demanda global por data centers.

A Edgnex buscou expandir-se rapidamente pelo Oriente Médio, Ásia e Europa, e tem operações em 10 países, incluindo a Arábia Saudita, que tem como objetivo se tornar referência em IA.

A América do Norte era um ponto cego no portfólio da Edgnex —até o anúncio de Trump de que Sajwani investiria "pelo menos" US$ 20 bilhões nos Estados Unidos.

A Edgnex disse que construiria data centers em oito estados, incluindo Texas e Indiana, e está visando criar capacidade de processamento de dados que poderia eclipsar projetos construídos pela Microsoft e Amazon.

Trump disse que usaria os poderes do governo, uma vez no cargo, para conceder à Damac "análises aceleradas" de quaisquer questões ambientais federais que possam surgir, um benefício que Trump acrescentou que seria oferecido a qualquer empresa planejando investir US$ 1 bilhão nos Estados Unidos.

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