PIB do Brasil “não tem como crescer menos de 2,8%” em 2024, diz Simone Tebet

há 3 meses 13

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), foi mais uma integrante do alto escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a comemorar o desempenho da economia brasileira no segundo trimestre deste ano.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça-feira (3), o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 1,4% entre abril e junho de 2024, na comparação com o trimestre anterior, acima das expectativas do mercado.

Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a expansão foi de 3,3% (também melhor do que o esperado).

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“A gente tem que comemorar. O Brasil precisa aprender a dar valor a si mesmo e reconhecer sua potencialidade e sua força. Quando o governo age de forma correta, as coisas aparecem. A principal forma de se desenvolver o país é através do crescimento do PIB”, disse Tebet, na manhã desta quarta-feira (4), em entrevista à Rádio CBN.

“Esse é um esforço não só do Executivo, mas também do Congresso Nacional. São os poderes trabalhando de forma harmônica, embora independente”, prosseguiu a ministra do Planejamento.

Segundo Tebet, tudo indica que o país fechará este ano registrando uma expansão próxima de 3% do PIB.

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“Tudo o mais constante, todas as estimativas dos ministérios mostram que o Brasil não tem como crescer menos de 2,8%. A nossa projeção bateu 2,9%. A do Ministério da Fazenda está mais conservadora, falando em 2,7% e 2,8%. Mesmo que o setor da indústria compareça menos [no segundo semestre], temos condições de crescer próximo a 3%”, projeta.

Agro “não compareceu” desta vez, diz Tebet

De acordo com os dados do IBGE, as altas nos serviços (1%) e na indústria (1,8%) contribuíram para a taxa positiva no trimestre, embora a agropecuária tenha recuado 2,3% no período.

Pela ótica da demanda, na mesma comparação, houve altas nos três componentes: o consumo das famílias e o consumo do governo cresceram na mesma taxa (1,3%) e a Formação Bruta de Capital Fixo, uma medida dos investimentos, subiu 2,1%.

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“Fui uma das primeiras a dizer que o PIB pode bater a casa dos 3%. Quem sempre compareceu no crescimento do Brasil neste trimestre não compareceu desta vez”, afirmou a ministra, em referência ao agronegócio – setor com o qual tem grande proximidade.

“Os preços das commodities ainda não voltaram às marcas recordes do passado. A indústria extrativista e o agronegócio não compareceram. Mas o nosso crescimento teve diversidade e qualidade econômica”, continuou Tebet. “Quem compareceu para dar esse crescimento foram a indústria da construção, o consumo e o setor de serviços. Isso demonstra o quanto as políticas públicas acertadas, colocando mais recursos na mão de quem menos tem, fazem efeito.”

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Orçamento e déficit zero

Na entrevista, Simone Tebet disse, ainda, que o bom desempenho do PIB do Brasil dá ainda mais força ao governo para que consiga aprovar, no Congresso Nacional, o projeto do Orçamento para 2025, encaminhado na semana passada.

Na noite de sexta-feira (30), o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional o projeto de Orçamento para o ano que vem. O documento projeta um déficit primário zero em 2025, além de alta de 2,6% do PIB.

O texto ainda estipula um aumento das receitas federais em 5,78%, acima da inflação do ano que vem. Em relação às despesas, o Ministério do Planejamento indica que elas devem se limitar ao teto de crescimento real de 2,5%, determinado pelo arcabouço fiscal.

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A meta de zerar o déficit primário no próximo ano está diretamente ligada às novas medidas propostas para a arrecadação, com a elevação da CSLL e dos juros sobre capital próprio (JCP) – justamente os pontos que Arthur Lira considera difíceis de ser aprovados no Congresso.

Ao todo, as medidas de arrecadação “extra” somam cerca de R$ 168 bilhões em 2025. “O crescimento do PIB nos dá força, dentro do Congresso Nacional, para que aprovemos esse Orçamento justamente porque os resultados estão aí. É mostrar que estamos no caminho certo”, afirmou Tebet.

“O Congresso Nacional está sendo reticente na recomposição de receitas. Eu entendo isso. O que a equipe econômica está fazendo neste momento é compensar a desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios, para alcançarmos a meta zero”, analisou a ministra.

“Eu vejo o Congresso mais liberal do que quando eu estive lá, tanto que nós nem temos a maioria nas duas Casas. É um Congresso que cobra muito o ajuste fiscal, agora pelo lado das despesas, bem como o cumprimento da meta zero.”

A ministra demonstrou otimismo com a possibilidade de o governo, de fato, cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2025. “Com esse crescimento do PIB e o aumento das receitas sem aumentar a carga tributária, aliado aos ajustes que estamos aprovando com o Congresso Nacional, nós estamos muito próximos de alcançar a meta zero”, afirmou.

Juros e inflação

A ministra disse também que não acredita na necessidade de aumento da taxa básica de juros (a Selic), por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), para combater eventual alta da inflação.

“Muitos têm falado que vai aumentar juros. Esse crescimento é de qualidade porque vem com o crescimento da indústria e do investimento”, observou. “A demanda por produtos por conta dos salários aquecidos vai encontrar os produtos na prateleira graças à indústria, que está produzindo. Isso vai ajudar a controlar a inflação.”

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