Mesmo assim, a tendência é de que o crescimento da economia em 2024 avance das atuais projeções de alta de 3,2% sobre a base de 2023 para 3,5%. Está prevista, inclusive pelo governo, nova desaceleração no quarto trimestre. Mas o carregamento estatístico da expansão do terceiro trimestre para o ano fechado já garante crescimento de 3%, ainda que não ocorra expansão alguma no quarto trimestre.
Caso a economia cresça 3,5% em 2024, os dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula acumularão alta do PIB de 6,9%. É mais do que o mercado, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, esperava, no início de 2023, para todos os quatros anos do governo. Naquele momento, as projeções do mercado financeiro sinalizavam que a economia não acumularia, nos quatro anos de Lula, crescimento acima de 6,3%.
Dos países que já divulgaram o desempenho de suas economias no terceiro trimestre, o Brasil aparece em quarto lugar entre os de maior crescimento. Só perde para Indonésia (mais 1,5%), Índia (mais 1,3%) e México (mais 1,1%), empatando com a China.
Erros de projeção
O economista Ricardo Barboza, pesquisador associado do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas) lembra que as projeções para o desempenho da economia em 2024 têm falhado, sistematicamente, desde o primeiro trimestre.
"Previa-se expansão de 0,7% no primeiro trimestre, e deu 1,1%. Projetou-se 0,9% para o segundo trimestre, e a atividade avançou 1,4%. Agora, no terceiro trimestre, estimou-se variação de 0,8% e foi de 0,9%". Ricardo Barboza, pesquisador Ibre-FGV.