Pela 1ª vez, aviação deve bater US$ 1 tri em receita; recuperação é incerta

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O lucro líquido esperado é de US$ 7 por passagem comprada, valor menor que os US$ 7,9 de 2023, mas maior que os US$ 6,4 aguardados para 2024.

De acordo com Willie Walsh, diretor-geral da Iata, a expectativa por esses números se deve, entre outros, aos seguintes fatores:

  • As companhias poderem aproveitar preços mais baixos do petróleo.
  • Manter os voos com mais de 83% dos assentos ocupados.
  • Investimento em descarbonização.
  • Controle rígido dos custos.
  • Retorno aos níveis de crescimento anteriores à pandemia.

"Todos esses esforços ajudarão a mitigar vários obstáculos à lucratividade que estão fora do controle das companhias aéreas, ou seja, desafios persistentes da cadeia de suprimentos, deficiências de infraestrutura, regulamentação onerosa e aumento da carga tributária", diz Walsh.

Sobre o lucro de US$ 7 por passageiro, o executivo defende uma melhora estrutural do setor. "Com margens tão pequenas, as companhias aéreas devem continuar a observar todos os custos e insistir em eficiência semelhante em toda a cadeia de suprimentos, especialmente de nossos fornecedores de infraestrutura monopolistas que muitas vezes nos decepcionam em desempenho e eficiência ", afirma o diretor-geral da Iata.

Incertezas

O lucro líquido das empresas será apertado a partir do próximo ano. Com o pagamento de eventuais abonos e desonerações do período da pandemia, impostos e taxas podem aumentar nos próximos anos para recompor as perdas do período.

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Outra pressão sobre os lucros parte de problemas não resolvidos na cadeia de suprimentos, que vem atrasando entregas de aeronaves e aumentando a idade média das frotas. Até 2020, as frotas mundo afora estavam ficando cada vez mais novas, mas, desde então, voltou a crescer, chegando a 14,8 anos na média global. Entre 1990 e 2024, a média era de 13,6 anos.

Isso está limitando as oportunidades de crescimento e aumentando várias áreas de custo, incluindo leasing e manutenção de aeronaves.

Por outro lado, espera-se um desempenho financeiro global melhor para 2025. Há a expectativa de redução nos custos dos combustíveis, somada ao ganho da eficiência das aeronaves, atacando esse que é um dos principais custos do setor.

Menos entregas

A quantidade de novas aeronaves entregues tem uma nova queda em 2024, com um total de 1.254 aeronaves comerciais de passageiros a serem entregues. Isso representa uma queda de 30% no total previsto para o ano, em grande parte responsável por crises enfrentadas por Boeing e Airbus.

Esse número é menor que aquele registrado em 2018, quando 1.813 aviões foram recebidos pelas empresas aéreas. Em 2025, a expectativa é que 2.293 aeronaves sejam entregues.

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Números do setor

Em 2023, a aviação contribuiu com 4,1 trilhões para a economia global segundo levantamento do Grupo de Ação de Transporte Aéreo feito com base em dados da Oxford Economics.

No mesmo período, 86,5 milhões de empregos estavam relacionados com o setor de transporte aéreo, sendo 1,6 milhões diretamente e 20,4 indiretamente. Outros 17,2 milhões foram induzidos pela aviação e mais 37,3 milhões como catalisadores do turismo.

Esses dados representam cerca de 3,9% do PIB global. Se a aviação fosse um país, seria o 20º maior do mundo, afirma a Iata.

* O colunista viajou a Genebra a convite da Iata

Reportagem

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