A marca Zoomp, ícone da moda dos anos 1990 com um logotipo em forma de raio, voltará às lojas. A informação consta em um processo judicial movido pela K2, que detém os direitos da grife e pede indenização de R$ 164 mil à Restoque, dona da Le Lis Blanc.
Criada em 1974, a Zoomp foi durante décadas um dos mais conceituados jeans no país, sobretudo entre os jovens.
Em 2009, a controladora da Zoomp entrou em recuperação judicial e a marca acabou sendo comprada em um leilão judicial pela K2, que passou a trabalhar no reposicionamento do nome no mercado.
A K2, no entanto, processou a Restoque em 2018 após descobrir que a Le Lis Blanc havia lançado uma bolsa com o desenho de um raio, "imitando a marca da Zoomp".
"Trata-se de uma escancarada imitação. Com esta atitude a ré está, indubitavelmente, levando o público ao erro, pois as pessoas são induzidas a comprar um produto pensando ser da Zoomp", afirmou à Justiça. "A semelhança entre as figuras é indiscutível."
A Restoque se defendeu no processo afirmando que as alegações da K2 são infundadas e que o raio utilizado em seu produto em nada se assemelha ou faz referência ao da Zoomp.
Disse que o raio é uma "figura de origem universal" e que a sua coleção foi concebida com a utilização de imagens que fazem referência ao misticismo, citando o raio e a lua.
"Não há simetria entre as marcas, sendo que a sugestão de contrafação ao utilizar uma imagem de natureza universal cai por terra com a simples comparação entre as figuras", afirmou.
Com base em uma perícia, a Justiça não aceitou a argumentação e condenou a Restoque, citando que houve "violação da marca e concorrência desleal".
O processo transitou em julgado e não cabe mais recurso.
A ordem de pagamento foi dada no dia 14 de janeiro pelo juiz Guilherme Nunes. A data do retorno da Zoomp, no entanto, ainda é incerta.
Com Stéfanie Rigamonti