O senador Sergio Moro (União-PR) uniu fabricantes de plásticos contrários ao aumento do imposto de importação da resina plástica, principal insumo do setor. Em setembro, a alíquota subiu de 12,6% para 20% o que, segundo os concorrentes, só favorece a Braskem.
Controlada pela Novonor (ex-Odebrecht), a petroquímica lidera a fabricação desse produto na América e é a principal fornecedora do produto no país. Por isso, Moro convocou uma audiência pública no fim do ano passado de que participaram representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O presidente da companhia, Roberto Prisco Paraíso Ramos, foi convocado mas não compareceu.
Empresas que dependem do insumo para fabricação de seus produtos apostam na abertura de uma CPI como forma de pressionar pela volta da alíquota anterior. A chance de sucesso, no entanto, é considerada remota segundo lideranças do Senado.
Em discurso durante a audiência, o ex-juiz citou a Odebrecht ao criticar o aumento da alíquota do imposto.
"É claro que é necessário defender a indústria nacional, especialmente contra a concorrência desleal. Ocorre que há um detalhe muito significativo, pois a produção dessas resinas plásticas no Brasil é quase um monopólio de uma única empresa, a Braskem. Empresa essa que todos sabemos ser controlada pela Novonor, antiga Odebrecht, e que tem outra parte significativa das suas ações sob titularidade da Petrobras", disse Moro.
O presidente da Braskem foi preso em 2016, durante a Operação Lava Jato, quando ele comandava a Odebrecht Óleo e Gás.
Consultado, Moro não respondeu até a publicação da reportagem.
Com Stéfanie Rigamonti