O senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) afirmou que quer reunir senadores e insistirá na discussão sobre o aumento da alíquota de importação da resina termoplástica de 12,6% para 20%. Para ele, a medida tem o propósito de favorecer indiretamente a Novonor (ex-Odebrecht).
"A elevação abrupta da alíquota prejudica a cadeia de produção nacional, discrepa da média mundial e favorece monopólio", disse Moro ao Painel S.A.. "A impressão que fica é que se trata de medida destinada a favorecer indiretamente a Novonor."
Controlada pela empresa e pela Petrobras, a Braskem lidera a fabricação desse produto na América e é a principal fornecedora no país.
O senador reclamou ainda que o governo enviou à audiência pública no ano passado que discutiu o tema apenas funcionários subalternos, que não conseguiram explicar os motivos do aumento de alíquota. Moro informou que pretende reunir parlamentares para avançar com a pressão sobre o governo.
No mês passado, Moro uniu fabricantes de plásticos contrários ao aumento do imposto da resina, principal insumo do setor, e convocou uma audiência pública com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O presidente da Braskem, Roberto Prisco Paraíso Ramos, não compareceu.
Procurado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio não se manifestou até a publicação da reportagem.
Empresas que dependem da resina plástica para fabricação de seus produtos apostam na abertura de uma CPI como forma de pressionar pela volta da alíquota anterior. A chance de sucesso, no entanto, é considerada remota segundo lideranças do Senado.