Dez anos após a Operação Lava Jato abater as principais empresas de infraestrutura do país —como a Odebrecht—, uma delas conseguiu continuar nos grandes contratos do setor e virou a campeã de créditos autorizados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sob o governo Lula (PT).
A CCR, alvo das investigações na época e que tem entre os acionistas a Mover (ex-Camargo Corrêa), alcançou o topo da lista da gestão petista com R$ 15 bilhões já aprovados pela instituição de fomento. Os recursos serão destinados a investimentos na rodovia Presidente Dutra (entre Rio e São Paulo) e a dois blocos de aeroportos, em contratos de concessão conquistados durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A CCR afirma que cumpriu acordos firmados com as autoridades, que toca ao todo R$ 33 bilhões em investimentos e que os recursos do banco têm as condições mais atrativas para os projetos.
O BNDES afirma que a CCR é uma das principais empresas de infraestrutura do Brasil, implementou totalmente um plano de integridade monitorado pelo Ministério Público e tem mostrado evolução significativa em suas políticas de governança.
No pódio
Em seguida na lista das que mais contratam recursos no BNDES de Lula, está a Águas do Brasil, da Aegea, com pouco mais de R$ 4 bilhões (voltados ao saneamento no estado do Rio de Janeiro); a Equatorial, com R$ 4 bilhões (para investir em diferentes projetos de energia); e a Rio+ Saneamento (novo nome da agora privatizada Cedae), com R$ 3,8 bilhões.
Fábio Pupo (interino) com Diego Felix