O Ministério da Saúde instalou 98 pontos de internet na área indígena de Roraima e Amazonas e enviou 106 computadores para o Disei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami, em medida inédita que busca implantar a telessaúde no território Yanomami.
A ideia é que, com isso, os indígenas tenham acesso a oftalmologistas, nutricionistas, dermatologistas, cardiologistas e outros especialistas. A implantação da telessaúde é uma ação da Secretaria de Informação e Saúde Digital que envolve os departamentos de Saúde Digital e Inovação e Informação, o Datasus (Departamento de Informação e de Informática do Sistema Único de Saúde) e a Universidade Federal de Roraima.
Em junho, foi montada na Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Boa Vista (RR) uma sala de digitação com 25 notebooks voltados à inserção de dados de vacinação e de malária. De acordo com o ministério, o investimento em conectividade beneficiou cinco casas de apoio à saúde indígena, 52 polos base e 41 unidades básicas de saúde indígena.
A medida é uma resposta do governo à crise humanitária vivida pelos Yanomami desde o ano passado. O informe mais recente do Comitê de Operações Emergenciais Yanomami, de 5 de agosto, apontou 74 mortes no território Yanomami no primeiro trimestre do ano, queda de 33% em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, as mortes por violência aumentaram cerca de 20%, de 15 para 18 óbitos.
Em janeiro de 2023 foi declarada emergência em saúde pública no território yanomami. No ano passado, foram registradas 363 mortes de indígenas yanomamis. Mais da metade dos óbitos foi de crianças de até quatro anos. Entre as causas principais das mortes estão pneumonia, diarreia, malária e desnutrição. Os casos de malária somam mais de 25 mil.