Um grupo de pastores com forte projeção nacional lançou nesta quarta (4) um manifesto contra o que chamam de PL dos Bingos, um projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos, do jogo do bicho e de outras modalidades de jogos de azar.
O texto é assinado pelos pastores Silas Malafaia, Samuel Câmara e Marcos Galdino, todos da Assembleia de Deus, além de Abe Huber (Paz Church), Robson Rodovalho (Sara Nossa Terra), Abner Ferreira (Assembleia de Deus Madureira), Estevam Hernandes (Renascer em Cristo), Renê Terra Novas (Ministério Internacional da Restauração) e Cesar Augusto (Fonte da Vida).
Eles assinam sob a alcunha Aliança, que se coloca como "representante dos evangélicos" e é também o nome de um grupo de WhatsApp em que discutiram do apoio a Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022 a questões de costume caras à cúpula evangélica.
A "carta de repúdio", segundo o grupo, cita "preocupação com os efeitos colaterais" de uma eventual liberação de jogos de azar, como "endividamento, vícios, golpes através de sites irregulares, lavagem de dinheiro e exploração de vulneráveis".
Também menciona "impactos devastadores nas famílias, sobretudo aos mais pobres", e fala em vício como um problema "social e de políticas públicas", que não se restringe ao revés individual.
Outro ponto destacado: a liberação de jogos de azar "abriria ainda mais portas para atividades ilícitas, tornando extremamente difícil garantir a transparência e a integridade sobre esse setor".
O PL tramita há décadas no Congresso. Foi apresentado em 1991 pelo então deputado Renato Vianna. A Câmara o aprovou em 2022. O plenário do Senado pode votá-lo nesta quarta, daí o manifesto dos líderes evangélicos.