A decisão do ministro Luiz Fux, do STF, de pedir vista no julgamento de Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a estátua da Justiça no quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023, animou a defesa dos denunciados na suposta trama golpista.
Antes mesmo de Fux ter paralisado o processo contra Débora, já havia uma expectativa entre advogados de que ele poderia ser uma voz dissonante na Primeira Turma —não a ponto de rejeitar a denúncia contra Jair Bolsonaro e seu núcleo mais próximo, mas ao menos de fazer reparos a alguns pontos da versão apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
Fux é visto pela defesa de acusados como a única voz capaz de contraditar o relator do processo, Alexandre de Moraes. Flávio Dino e Cristiano Zanin são considerados aliados naturais de Moraes, enquanto Cármen Lúcia teria comportamento enigmático.
Um dos pontos em que Fux poderia oferecer uma posição alternativa seria com relação à ligação da trama golpista com os ataques do 8 de Janeiro.
Mesmo se ele ficar em minoria, apenas o fato de não haver unanimidade entre os ministros sobre todos os pontos da denúncia teria efeito simbólico importante.