A cobrança pública feita pelo novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que o governo cumpra acordos firmados vai além de apenas trocar o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e exige que o Executivo empodere, de fato, o responsável pela articulação política, avaliam lideranças do centrão.
Em seu discurso, Alcolumbre afirmou que "acordo firmado é acordo cumprido até que um novo acordo ou uma nova maioria pense diferente", vocalizando a insatisfação do centrão com um dos grandes problemas do governo: o descumprimento de acertos entre Legislativo e Executivo.
O cargo de Padilha é alvo de especulação em meio às discussões de reforma ministerial de Lula (PT). Uma das possibilidades cogitadas é a troca do ministro, desafeto do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), pelo líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões (AL). Mas o diagnóstico de líderes do centrão é que Padilha não é o entrave, e sim o bate-cabeça dentro do próprio governo e a falta de empoderamento do ministro para que ele cumpra os compromissos que assumiu.
Na avaliação de um líder partidário, muitas vezes os movimentos do ministro são desautorizados dentro do Palácio. E isso não ocorre apenas com Padilha, mas também com líderes do PT e do governo na Câmara e no Senado, o que significaria que o problema é generalizado no governo, e não localizado no ministro.
Nas palavras de um integrante do centrão, o governo deveria ajustar internamente a articulação política e empoderar seus líderes e ministros para que alinhem discursos e posturas.