A equipe de campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) incluiu o apresentador José Luiz Datena (PSDB) em suas pesquisas e levantamentos para a disputa de possível segundo turno na eleição de São Paulo.
Nova pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (30) mostrou Ricardo Nunes (MDB), com 20%, Boulos e Datena, com 19%, empatados tecnicamente na disputa pela prefeitura da capital.
"Nossa campanha começa a analisar cenários alternativos para além do Nunes", afirma Josué Rocha, um dos coordenadores da pré-campanha do PSOL.
O deputado federal licenciado Rui Falcão (PT), também coordenador da campanha, diz que o enfrentamento principal ainda é com o prefeito, mas que, no atual cenário, terão "plano B", pois não podem "correr o risco" de focar em só um candidato. Ele diz que também vão dedicar atenção a Pablo Marçal (PRTB), "que disputa o troféu de bolsonarista com o prefeito".
Em caráter reservado, outros aliados de Boulos destacam o desempenho de Datena com o eleitorado de baixa renda na pesquisa Quaest como motivo de alerta. Entre os que recebem até dois salários mínimos, o tucano aparece com 28% das intenções de voto, à frente de Nunes (21%) e Boulos (13%).
Entre os que ganham entre dois e quatro salários mínimos, o prefeito lidera com 24%, seguido pelo apresentador, com 22%, e pelo psolista, com 19%.
Trata-se da fatia do eleitorado na qual Boulos pretende crescer ao longo da eleição, devido à identificação histórica com o PT e o presidente Lula (PT), que apoiam o psolista na eleição paulistana.
Falcão, por sua vez, afirma que os números da pesquisa devem trazer preocupação a Ricardo Nunes, que não pode mais participar de inaugurações de obras, sofrerá cada vez mais desgaste à sua imagem e briga pelo eleitorado de direita com Datena.
Em relação ao desgaste, o petista faz referência à reportagem da Folha que mostrou uma investigada pela Polícia Federal no caso que ficou conhecido como máfia das creches afirmando que Nunes recebeu repasses de verbas municipais desviadas de unidades de ensino infantil de São Paulo quando ainda era vereador da cidade.
A gestão municipal negou qualquer irregularidade e disse que as declarações serão analisadas pela defesa do prefeito para que ela responda por denunciação caluniosa.