Opinião - Ricardo Araújo Pereira: Os governantes bêbados são os que governam países de forma mais sóbria

há 8 horas 2

Sempre que alguém diz que fazem falta mais mulheres na política porque elas exercem o poder de forma diferente, eu puxo do meu feminismo e discordo veementemente.

As mulheres não exercem o poder de forma diferente porque são fundamentalmente iguais aos homens. No que diz respeito a estadistas, alguns dos maiores facínoras da história eram do sexo feminino.

Quem faz falta na política por verdadeiramente exercer o poder de forma diferente não são
mulheres. São os bêbados.

Eis uma ideia sobre a qual a ciência política não tem se debruçado. Há algo no governante bêbado que o torna paciente e tolerante. É a minha ideologia, agora: o "embriaguismo".

Winston Churchill nos salvou da ameaça nazista com o bucho cheio de champanhe, uísque e vinho do Porto. Governou a Grã-Bretanha com um copo de conhaque numa mão e um charuto na outra.

Adolf Hitler não tocava numa gota de álcool nem fumava. Não é por acaso. É possível que não seja humanamente possível dirigir um país e se manter são, mais ainda durante uma guerra, sem estar ligeiramente embriagado.

Tenho percebido que as pessoas com quem discuto essa teoria relutam em aceitá-la. Pois bem, apresento o argumento decisivo: Boris Ieltsin. Tenho muitas saudades de Boris Ieltsin. Foi presidente da Rússia sem aborrecer ninguém.

Talvez também alimentasse uma animosidade contra a Ucrânia e se praguejasse contra os ucranianos depois do jantar, prometendo invasões e chacinas. Mas depois ia para a cama e no dia seguinte não se lembrava de nada. Quem preferem que dirija a Rússia: um bêbado ou Vladimir Putin?

Há uma importante advertência, para quem quiser juntar-se a mim no movimento a favor do
"embriaguismo". Nós somos a favor de estadistas bêbados, mas repudiamos por completo os estadistas que parecem estar bêbados. São formas de governar muito diferentes.

Por exemplo, Donald Trump parece estar bêbado. Não serve. A imposição de tarifas de 125% é uma ideia de bêbado que passa no dia seguinte.

A menos que o bêbado não esteja bêbado, o que é o caso. Ao passo que as medidas do governante bêbado são aprazíveis, as medidas do governante que parece bêbado despertam nos cidadãos o desejo de se entregarem ao alcoolismo, o que é nocivo. O governante bêbado é que governa com sobriedade.

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