Opinião - Maria Inês Dolci: Tecnologia 5G tem de chegar logo também aos consumidores de pequenas cidades

há 7 meses 10

É difícil cravar uma opinião sobre a tecnologia 5G no Brasil, depois de ter completado dois anos de implantação em julho último. Nesse mês, menos de 15% da população brasileira desfrutava desse avanço tecnológico. E a previsão é que todo o território nacional seja abrangido até dezembro de 2029. Para poucos, portanto, grande avanço; para a maioria, exclusão digital.

Por que exclusão? Não seria um termo muito forte? É, mas há que considerar que o 5G propicia aumento de produtividade tecnológica, com tempo de resposta muito mais rápido. Uma cidade menor, localizada em estado mais distante do Centro-Sul, poderia se desenvolver mais rapidamente se essa tecnologia já estivesse disponível.

Os prazos foram estabelecidos em 2021, na licitação feita pelo governo anterior. Obviamente, o interesse das teles se concentra nas regiões com grandes populações, em que estão as capitais e os polos de desenvolvimento no interior, muitos deles nas regiões Sudeste, Sul e Distrito Federal.

Há vários obstáculos no caminho das cidades ainda não beneficiadas com o 5G: adequação das legislações municipais para infraestrutura e instalação de antenas é um dos principais desafios.

O que me parece óbvio é não comemorar a integração nacional total pelo 5G somente daqui a mais de quatro anos. Para quem mora em uma das capitais brasileiras, ou em populosas cidades do interior, a discussão pode parecer estranha. Mas um país é constituído por todos os seus municípios.

Dizer que o Brasil é muito grande, com 5.570 municípios, sinceramente, não é desculpa. Quem pretende atuar nesse país-continente, com 8,5 milhões de km², deve ter condições para tal. Isso implica, inclusive, investimento bilionário em antenas. Se a questão for as gestões municipais e as Câmaras de vereadores, que a Anatel e o Ministério das Comunicações tratem disso.

O que não se aceita é que a implantação total leve sete anos. A velha máxima de que tempo é dinheiro torna-se ainda mais forte nessa época de comunicação instantânea, de governo digital, de apps disruptivos, utilizados para solicitar transporte, comida, compras e para operações bancárias, dentre outras.

O Pix, transferência bancária e pagamento instantâneos, é majoritariamente feito por celular. No ano passado, foram 42 bilhões de transações. E no último dia 6 de setembro, foi quebrado um recorde de utilização: 227,4 milhões de transações em um dia, com transferência total de R$ 108,4 bilhões.
Então, que as autoridades pensem nos habitantes dos menores municípios, e trabalhem para agilizar a implantação do 5G. Consumidor de cidade pequena também é consumidor.

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