Opinião - Ana Fontes: Quem é sua referência?

há 6 meses 7

Comecemos o texto desta semana com uma pergunta para reflexão: quem é a sua referência? Em algum momento já parou para pensar no assunto? Já percebeu que, como sociedade, é muito mais comum darmos ouvidos para homens?

Aliás, a própria sociedade nos faz engolir garganta abaixo esses especialistas e esses indícios estão por toda parte. Quantos nomes de referência no mundo corporativo ou de empreendedorismo não são de mais homens cisgênero –pessoa que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer– brancos?

Poderia ficar aqui o dia todo contando e os meus dedos não seriam suficientes para contabilizar a quantidade de profissionais masculinos e brancos que são usados como referência em diferentes setores.

Por exemplo, na lista dos dez maiores bilionários do mundo, todos os dez nomes são de homens. O mesmo se repete na lista dos quatro CEOs mais importantes do mundo, mesmo com mulheres estando à frente de empresas superimportantes, como Bumble e Nasdaq.

Na verdade, nem precisamos ir muito longe para buscar exemplos de mulheres que não tem seu trabalho devidamente reconhecido, mesmo sendo uma referência. O Banco do Brasil está sendo comandado, pela primeira vez na sua história, por uma mulher negra LGBTQIA+ nordestina, que além de não ter todo o reconhecimento que um homem teria no cargo, ainda ganha 94% a menos que outros CEOs de acordo com dados levantados pela Forbes Brasil.

A reflexão que aquela pergunta provoca é de que precisamos colocar mulheres nesses postos. Assim como comprar/apoiar uma empreendedora é importante, lutar para inserir mulheres nesses ambientes é igualmente essencial. É urgente que estejamos presentes nesses lugares, caso contrário vamos continuar perdendo espaço para homens brancos mais velhos que não necessariamente são bons no que fazem, mas que estão ali simplesmente porque são homens.

Então, no lugar de aceitarmos mais um homem especialista, que tal procurar por mulheres que atuam e são craques no assunto? Até porque o que não falta no mercado são opções; o real problema está no fato delas terem mais dificuldade em chegar onde realmente merecem estar. E, sabendo disso, é aí que entramos para ajudar: dando palco para essas mulheres que fazem trabalhos incríveis, mas que não são reconhecidas simplesmente por causa do seu gênero.

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