Empoderar mulheres é fortalecer o Brasil. Quem me acompanha, seja aqui na minha coluna da Folha ou nas minhas redes sociais, já me viu dizer essa frases diversas vezes, e a repito porque acredito genuinamente que empoderar mulheres fortalece o nosso país. Fico feliz de ver que essa tem sido uma prática cada vez mais comum nos últimos anos, mas ainda temos um longo caminho pela frente.
Tenho testemunhado uma notável ascensão das mulheres em diversas áreas, um movimento que vem fortalecendo o protagonismo feminino e transformado a sociedade. De forma pontual, essa mudança positiva é claramente um efeito do esforço coletivo de mulheres que, apesar dos constantes desafios históricos, vem conquistando espaços de liderança em setores como tecnologia, política, educação, ciência e cultura.
Tem se tornado comum ver grandes empresas sendo lideradas por mulheres potentes, como Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, Deh Bastos, fundadora do Herdeiras da Oprah, Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, e Bianca Andrade, CEO da marca Boca Rosa. Elas são apenas um dos muitos exemplos existentes atualmente no mercado.
A arte é outro espaço em que estamos tendo a chance de ver mulheres a frente de projetos incríveis, como nossa querida Fernanda Torres, que além de ter ganhado o Globo de Ouro como Melhor Atriz em Drama, agora concorre ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar, um dos prêmios mais conceituados do cinema.
Claro que, como mulher e brasileira, existe um sentimento de nacionalismo com a indicação de Fernanda, mas é igualmente potente ver a lista de indicações do Oscar na categoria de Melhor Filme estar repleta de mulheres à frente de projetos incríveis, como Demi Moore, em "A Substância". Apesar de ter mais de 40 anos de carreira, essa é a primeira vez que atriz ganha o Globo de Ouro e é indicada ao Oscar, aos 62 anos de idade. "Anora", "Emilia Pérez", "Wicked" e "Duna: Parte Dois" são outras produções com mulheres fortes em papéis de destaque.
No entanto, essa trajetória de ascensão ainda enfrenta desigualdades estruturais que precisam ser superadas. É emocionante ver essas mulheres no topo, mas é triste ver que uma grande atriz, como Fernanda, sendo indicada pela primeira vez, mesmo tendo uma carreira de 46 anos. Trazendo essa pauta mais para a nossa realidade, milhares de mulheres enfrentam diversos desafios para alavancar seus negócios ou mesmo para iniciarem sua trajetória no empreendedorismo. Falta de oportunidades, difícil acesso a financiamento e rede de networking limitada são alguns dos problemas enfrentados por mulheres por conta de seu gênero.
Avançamos bastante na luta pela abertura de espaço para as mulheres, mas ainda há muito a ser feito. Por isso, precisamos da ajuda de todos para mudar o jogo na vida das muitas mulheres que só querem uma oportunidade de mostrar o que são capazes de fazer quando recebem uma chance para isso. Que todas nós possamos receber —não tardiamente— reconhecimento como Fernanda Torres.
Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis